GT6:
fisiologia do parto e puerpério
Autor: João Maximiano
O que é parto: parto
significa o nascimento do bebê devido ao aumento progressivo da excitabilidade
uterina. Tal excitabilidade é possível graças a dois eventos principais, sendo
eles
·
Mudanças hormonais progressivas que aumentam
a excitabilidade da musculatura uterina;
·
Mudanças mecânicas progressivas.
Fatores hormonais que aumentam a
contratilidade uterina
a)
Maior
proporção de estrógeno em relação à progesterona: de
acordo com a literatura o estrógeno aumenta a contratilidade uterina, pois
aumenta o número de junções comunicantes na musculatura deste órgão. A
progesterona, por sua vez, reduz esta contratilidade, pois seqüestra Ca2+.
A partir do sétimo mês ocorre um aumento na produção estrogênica e uma ligeira
diminuição na concentração de progesterona.
a)
Ocitocina
como forte estimulador da contração uterina: existem quatro razões
para acreditar-se que a ocitocina seria importante para aumentar a
contratilidade do útero próximo ao termo, sendo elas:
·
Durante os últimos meses de gravidez a
musculatura uterina aumenta seus receptores para ocitocina aumentando
consequentemente sua sensibilidade a determinada dose de ocitocina.
·
A secreção de ocitocina pela neurohipófise é
maior durante parto. Isso se deve principalmente a reflexos neurogênicos
gerados a partir da dilatação ou irritação do colo uterino.
b)
Efeitos
de hormônios fetais sobre o útero:
·
A hipófise do feto secreta grande quantidade
de ocitocina;
·
Glândulas adrenais do feto secretam grande
quantidade de cortisol;
·
As membranas fetais liberam concentrações
elevadas de protaglandinas.
Fatores
mecânicos que aumentam a contratilidade uterina
a)
Distensão
da musculatura uterina: a simples distensão de órgãos da
musculatura lisa geralmente aumenta sua contratilidade. Ademais, a distensão
intermitente como ocorre repetidamente no útero por conta dos movimentos
fetais, pode causar a contração dos músculos lisos uterinos.
Inferência clínica: os
gêmeos nascem em torno de 19 dias antes do que um só bebê o que corrobora a
importância da distensão mecânica para provocar as contrações uterinas.
b) Distensão ou irritação do colo uterino: apesar
de não se saber o mecanismo exato pelo qual tal irritação e distensão
influenciam no aumento das contrações uterinas duas possibilidades são
propostas: 1) a distensão e/ou irritação causa reflexos neurogênicos que
poderiam aumentar a secreção de ocitocina pela neurohipófise e 2) transmissão
miogênica de sinais do colo ao corpo uterino.
Início do trabalho de parto
Durante
grande parte da gestação, o útero sofre episódios periódicos que contrações
rítmicas fracas e lentas denominadas contrações de Braxton Hicks. Estas
contrações ficam progressivamente mais fortes ao final da gravidez; então mudam
subitamente, em questões de horas, e ficam excepcionalmente fortes começando a
distender o colo uterino e posteriormente forçando o canal do parto. Este
processo é denominado trabalho de parto e as contrações fortes são denominadas contrações
do trabalho de parto.
·
No inicio do trabalho de parto as contrações
ocorrem a cada 30 minutos.
·
Com a progressão do trabalho de parto passam
a ocorrer em 1 a 3 minutos;
Teoria do feedback positivo:
Quando
o bebe começa a ser empurrado em direção caudal, devido ao aumento progressivo
das contrações uterinas, ocorre uma distensão do colo uterino que gera um
reflexo para aumento da contratilidade pelo corpo uterino favorecendo a
expulsão do bebê. Este feedback positivo tem aplicação direta e aumenta sua
potência em proporção direta ao aumento da distensão do colo uterino.
Contrações musculares abdominais durante
o trabalho de parto
Sinais
de dor originam-se tanto do útero quanto do canal de parto atingindo a medula que envia reflexos
neurogênicos na medula espinhal para os músculos abdominais causando contrações
intensas destes músculos. As contrações abdominais acrescentam muito à força
que causa a expulsão do bebê.
·
Contrações uterinas + contrações abdominais =
120 Newtons de força.
Mecanismos de parto
ü As
contrações uterinas durante o trabalho de parto começam basicamente no topo do
fundo uterino e se espalham para baixo por todo o corpo uterino. Amém disso, a
intensidade da contração é grande no topo e no corpo uterino, mas fraca no
segmento inferior do útero adjacente ao colo. Portanto, cada contração uterina
tende a forçar o bebê para baixo da direção do colo uterino.
ü Felizmente
as contrações do parto ocorrem de forma intermitente, pois contrações fortes e
continuas podem interferir ou, até mesmo interromper o fluxo sanguíneo através
da placenta podendo levar ao óbito fetal.
ü Em
95% dos nascimentos o bebê apresenta-se em posição cefálica o que é benéfico,
uma vez que, a cabeça funciona como uma cunha que abre as estruturas do canal
do parto enquanto o feto é forçado para baixo.
ü Primeiro estágio do trabalho de parto: corresponde
ao período de dilatação cervical progressiva, que vai até a abertura cervical estar
tão grande quanto a cabeça do feto. Duração deste estágio: 8 a 24 horas, na
primeira gestação, mas muitas vezes apenas alguns minutos depois de várias
gestações.
ü Segundo estágio do trabalho de parto: quando
o colo está totalmente dilatado, as membranas fetais geralmente se rompem e o
líquido amniótico vaza abruptamente pela vagina. Em seguida, a cabeça do feto
se move rapidamente para o canal do parto e, com a força descendente adicional,
ele continua a forçar caminho através do canal do parto até a expulsão final.
Duração deste estágio: na primeira gestação 30 minutos e após muitas gestações
até menos de 1 minuto.
Em
torno de 10 a 45 minutos após o parto o útero continua a se contrair reduzindo
progressivamente de tamanho. Isto leva a um cisalhamento ente o útero e a
placenta causando a separação desta placenta que será expulsa.
Involução do útero depois parto
Durante
as primeiras 4 a 5 semanas pós parto, o útero involui. Seu peso fica menor que
a metade do peso imediatamente após o parto em 1 semana. Após 4 semanas com a
mãe amamentando o útero retornará ao tamanho de antes da gravidez.
Dores do trabalho de parto
o
Início
do trabalho de parto: se deve, em grande parte, a hipóxia do
músculo uterino decorrente da compressão dos vasos sanguíneos no útero.
o
Segundo
estágio do trabalho de parto: dor muito mais forte
ocorre devido a distensão do canal cervical, distensão perineal e distensão ou
ruptura de estruturas no próprio canal vaginal. Esta dor é conduzida à medula
espinhal e ao cérebro da mãe por nervos somáticos, em vez de ser por nervos
sensoriais viscerais.
UNIFENAS RESUMIDA
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