sexta-feira, 18 de maio de 2012

GT6 PARTO

GT6: fisiologia do parto e puerpério

Autor: João Maximiano

O que é parto: parto significa o nascimento do bebê devido ao aumento progressivo da excitabilidade uterina. Tal excitabilidade é possível graças a dois eventos principais, sendo eles
·         Mudanças hormonais progressivas que aumentam a excitabilidade da musculatura uterina;
·         Mudanças mecânicas progressivas.

Fatores hormonais que aumentam a contratilidade uterina

a)    Maior proporção de estrógeno em relação à progesterona: de acordo com a literatura o estrógeno aumenta a contratilidade uterina, pois aumenta o número de junções comunicantes na musculatura deste órgão. A progesterona, por sua vez, reduz esta contratilidade, pois seqüestra Ca2+. A partir do sétimo mês ocorre um aumento na produção estrogênica e uma ligeira diminuição na concentração de progesterona. 


a)    Ocitocina como forte estimulador da contração uterina: existem quatro razões para acreditar-se que a ocitocina seria importante para aumentar a contratilidade do útero próximo ao termo, sendo elas:

·         Durante os últimos meses de gravidez a musculatura uterina aumenta seus receptores para ocitocina aumentando consequentemente sua sensibilidade a determinada dose de ocitocina.
·         A secreção de ocitocina pela neurohipófise é maior durante parto. Isso se deve principalmente a reflexos neurogênicos gerados a partir da dilatação ou irritação do colo uterino.

b)   Efeitos de hormônios fetais sobre o útero: 

·         A hipófise do feto secreta grande quantidade de ocitocina;
·         Glândulas adrenais do feto secretam grande quantidade de cortisol;
·         As membranas fetais liberam concentrações elevadas de protaglandinas.

 
Fatores mecânicos que aumentam a contratilidade uterina

a)    Distensão da musculatura uterina: a simples distensão de órgãos da musculatura lisa geralmente aumenta sua contratilidade. Ademais, a distensão intermitente como ocorre repetidamente no útero por conta dos movimentos fetais, pode causar a contração dos músculos lisos uterinos.

Inferência clínica: os gêmeos nascem em torno de 19 dias antes do que um só bebê o que corrobora a importância da distensão mecânica para provocar as contrações uterinas.

b)    Distensão ou irritação do colo uterino: apesar de não se saber o mecanismo exato pelo qual tal irritação e distensão influenciam no aumento das contrações uterinas duas possibilidades são propostas: 1) a distensão e/ou irritação causa reflexos neurogênicos que poderiam aumentar a secreção de ocitocina pela neurohipófise e 2) transmissão miogênica de sinais do colo ao corpo uterino.

Início do trabalho de parto
Durante grande parte da gestação, o útero sofre episódios periódicos que contrações rítmicas fracas e lentas denominadas contrações de Braxton Hicks. Estas contrações ficam progressivamente mais fortes ao final da gravidez; então mudam subitamente, em questões de horas, e ficam excepcionalmente fortes começando a distender o colo uterino e posteriormente forçando o canal do parto. Este processo é denominado trabalho de parto e as contrações fortes são denominadas contrações do trabalho de parto.
·         No inicio do trabalho de parto as contrações ocorrem a cada 30 minutos.
·         Com a progressão do trabalho de parto passam a ocorrer em 1 a 3 minutos;

Teoria do feedback positivo:
Quando o bebe começa a ser empurrado em direção caudal, devido ao aumento progressivo das contrações uterinas, ocorre uma distensão do colo uterino que gera um reflexo para aumento da contratilidade pelo corpo uterino favorecendo a expulsão do bebê. Este feedback positivo tem aplicação direta e aumenta sua potência em proporção direta ao aumento da distensão do colo uterino.




Contrações musculares abdominais durante o trabalho de parto

Sinais de dor originam-se tanto do útero quanto do canal de parto  atingindo a medula que envia reflexos neurogênicos na medula espinhal para os músculos abdominais causando contrações intensas destes músculos. As contrações abdominais acrescentam muito à força que causa a expulsão do bebê.
·         Contrações uterinas + contrações abdominais = 120 Newtons de força.


Mecanismos de parto

ü  As contrações uterinas durante o trabalho de parto começam basicamente no topo do fundo uterino e se espalham para baixo por todo o corpo uterino. Amém disso, a intensidade da contração é grande no topo e no corpo uterino, mas fraca no segmento inferior do útero adjacente ao colo. Portanto, cada contração uterina tende a forçar o bebê para baixo da direção do colo uterino.



ü  Felizmente as contrações do parto ocorrem de forma intermitente, pois contrações fortes e continuas podem interferir ou, até mesmo interromper o fluxo sanguíneo através da placenta podendo levar ao óbito fetal.
ü  Em 95% dos nascimentos o bebê apresenta-se em posição cefálica o que é benéfico, uma vez que, a cabeça funciona como uma cunha que abre as estruturas do canal do parto enquanto o feto é forçado para baixo.

ü  Primeiro estágio do trabalho de parto: corresponde ao período de dilatação cervical progressiva, que vai até a abertura cervical estar tão grande quanto a cabeça do feto. Duração deste estágio: 8 a 24 horas, na primeira gestação, mas muitas vezes apenas alguns minutos depois de várias gestações.

ü  Segundo estágio do trabalho de parto: quando o colo está totalmente dilatado, as membranas fetais geralmente se rompem e o líquido amniótico vaza abruptamente pela vagina. Em seguida, a cabeça do feto se move rapidamente para o canal do parto e, com a força descendente adicional, ele continua a forçar caminho através do canal do parto até a expulsão final. Duração deste estágio: na primeira gestação 30 minutos e após muitas gestações até menos de 1 minuto. 

Separação e expulsão da placenta
 
Em torno de 10 a 45 minutos após o parto o útero continua a se contrair reduzindo progressivamente de tamanho. Isto leva a um cisalhamento ente o útero e a placenta causando a separação desta placenta que será expulsa.

Involução do útero depois parto

Durante as primeiras 4 a 5 semanas pós parto, o útero involui. Seu peso fica menor que a metade do peso imediatamente após o parto em 1 semana. Após 4 semanas com a mãe amamentando o útero retornará ao tamanho de antes da gravidez.

Dores do trabalho de parto

o   Início do trabalho de parto: se deve, em grande parte, a hipóxia do músculo uterino decorrente da compressão dos vasos sanguíneos no útero.
o   Segundo estágio do trabalho de parto: dor muito mais forte ocorre devido a distensão do canal cervical, distensão perineal e distensão ou ruptura de estruturas no próprio canal vaginal. Esta dor é conduzida à medula espinhal e ao cérebro da mãe por nervos somáticos, em vez de ser por nervos sensoriais viscerais.


UNIFENAS RESUMIDA



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