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1 Histologia: Tecido ósseo e cartilaginoso
Autor: João Maximiano
Escola de ciência médicas UNIFENAS-BH
Tecido
ósseo
O
tecido ósseo é um tipo especial de tecido conjuntivo formado por células e
material extracelular calcificado, a matriz óssea.
·
Osteócitos:
se
situam em lacunas no interior da matriz
·
Osteoblastos: se
situam na periferia, e sintetizam a parte orgânica da matriz.
·
Osteoclastos:
participam do processo de remodelação.
Principais funções do tecido ósseo
·
Suporte para tecidos moles;
·
Protege órgãos vitais
·
Protege a medula óssea
·
Apoio aos músculos esqueléticos
·
Depósito de cálcio e outros íons
·
Absorção de toxinas e metais pesados
Aprofundamento nas células do tecido
ósseo
a)
Osteócitos:
os
osteócitos são as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando as
lacunas das quais partem canalículos. Na verdade os osteócitos nada mais são
que osteoblastos envoltos por matriz. Os canalículos ligam um osteócito a outro
e podem passar íons e pequenas substâncias de uma célula para sua irmã.
São
células achatadas que exibem pequena quantidade de reticulo endoplasmático
rugoso, aparelho de Golgi pouco desenvolvido e núcleo cm cromatina condensada.
Sua função básica é promover a
manutenção da matriz óssea.
b) Osteoblastos: são
as células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo I,
proteoglicanos e glicoproteínas). São ainda capazes de concentrar fosfato de
cálcio mineralizando o osso. Em atividade intensa adquirem aspecto cuboide e em
repouso formato achatado. Uma vez aprisionado pela matriz óssea são chamados de
osteócitos. A matriz óssea recém formada e, portanto, não calcificada,
adjacente ao osteoblasto é denominada osteóide.
c) Osteoclastos: são
células móveis, gigantes, multinucleadas e extensamente ramificadas. Encontram-se
principalmente em áreas de reabsorção óssea. Nestas áreas encontram-se
porções escavadas pela atividade osteoclastica conhecidas com lacunas de
Howship.
Os
osteoclastos possuem citoplasma granuloso, algumas vezes com vacúolos,
fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e acidófilo nos maduros.
A
parte ativa do osteoclasto apresenta vilosidades e é voltada para a matriz
óssea. Circunferênciando estas vilosidades encontra-se a zona clara (região com
várias moléculas de actina) que irá aderir-se à matriz no local onde serão
liberadas substâncias degradantes como: ácido (H+), colagenase e
outras hidrolases que atuam dissolvendo os cristais de sais de Ca2+.
A atividade do osteoclasto é controlada por: 1) citocinas, 2) calcitonina e 3)
paratormônio.
Matriz
óssea
É constituída pela parte inorgânica e
por parte orgânica.
·
Parte
inorgânica: composta por Ca2+, fosfato, HCO3-, Mg2+,
K+, Na+ e citrato. O cálcio e o fósforo associam-se
formando cristais de hidroxiapatita - Ca10(PO4)(OH)2.
·
Parte
orgânica: formada por fibras colágenas (95%) constituídas de
colágeno tipo I e por pequenas quantidades de proteoglicanos e glicoproteínas.
As glicoproteínas podem ter alguma participação na mineralização.
A
associação da hidroxiapatita com colágeno é responsável pela dureza e
resistência do tecido ósseo.
Bainhas envoltórias
a) Periósteo: sua
camada mais superficial contém fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de
Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram no tecido
ósseo e prendem firmemente o periósteo no osso. Sua camada mais profunda é mais
celular e apresenta células osteoprogenitoras. Estas células se multiplicam por
mitose e se diferenciam em osteoblastos.
b) Endósteo: é
geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas
revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers
e os de Volkmann.
As
principais funções destas bainhas são: 1) nutrição e 2) produção de
osteoblastos para crescimento e reparação do osso.
Tipos de tecido ósseo
Variedades anatômicas
a)
Osso
compacto: não possui cavidades visíveis.
b)
Osso
esponjoso: possui muitas cavidades intercomunicantes.
·
Nos
ossos longos: as extremidades ou epífises são formadas por osso esponjoso com uma pequena camada
superficial compacta. A diáfise (parte cilíndrica) é quase que totalmente compacta, com pequena camada de osso
esponjoso delimitando o canal medular.
·
Nos
ossos curtos: centro esponjoso
e periferia coberta por camada compacta.
·
Ossos
chatos: existem duas camadas de ossos compactos, as tábuas interna e externa, separadas por osso esponjoso que nessa localização recebe o
nome de díploe.
Variedades histológicas
a)
Tecido
ósseo primário (imaturo): em cada osso é o primeiro tipo de tecido
que aparece sendo substituído gradativamente por tecido lamelar. No adulto é
muito pouco frequente, persistindo apenas próximo à suturas dos ossos do
crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões.
Apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções sem organização
definida, tem menor quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos.
b)
Tecido
ósseo secundário (lamelar) (maduro): corresponde à variedade
geralmente encontrada no adulto. Caracterizado por fibras colágenas organizadas
em lamelas, que ou ficam paralelas umas as outras, ou se dispõem em camadas
concêntricas em torno de canais com vasos, formando os sistemas de Havers. As
lacunas contendo osteócitos estão situadas principalmente entre as lamelas e em
alguns casos dentro das mesmas.
Ossificação
(osteogênese)
a)
Ossificação
intramembranosa: ocorre no interior de uma membrana conjuntiva.
É o processo formador dos ossos: frontal, parietal e de partes do occipital, do
temporal e dos maxilares superior e inferior, contribui para o crescimento dos
ossos curtos e pelo o aumento em espessura dos ossos longos.
Processo de ossificação: o
local da membrana conjuntiva onde a ossificação começa chama-se centro de ossificação primária.
·
Passo
1: diferenciação
das células mesenquimatosas que se transformam em grupos de osteoblastos que
formarão o centro de ossificação primária.
·
Passo
2: inicio
da secreção de matriz óssea pelos osteoblastos formando o osteóide que quando
envolver todo osteoblasto originará um
osteócito.
·
Passo
3: formação
do osso esponjoso cheio de trabéculas que serão invadidas por vasos sanguíneos.
Ocorreu a formação do periósteo.
·
Passo
4: substituição
de osso esponjoso por laminar e migração de células mesenquimais
indiferenciadas para a cavidade central formando a medula óssea.
b)
Ossificação
endocondral: tem início sobre uma peça de cartilagem
hialina, de forma parecida à do osso que ira se formar, porém menor. É a
principal formadora de ossos curtos e longos.
·
Primeiro
passo: o primeiro tecido ósseo a aparecer no osso longo é
formado por ossificação intramembranosa do pericôndrio que recobre a parte
média da diáfise, formando um cilindro, o colar ósseo. Enquanto se forma o
colar ósseo, as células cartilaginosas envolvidas pelo mesmo se hipertrofiam
(aumentam de volume), morrem por apoptose e a matriz cartilaginosa se
mineraliza. Vasos sanguíneos partindo do periósteo atravessam o cilindro ósseo
e penetram na cartilagem calcificada, levando consigo células osteoprogenitoras
originárias do periósteo, que proliferam e se diferenciam em osteoblastos. Estes
formam camadas continuas nas superfícies dos tabiques cartilaginosos
calcificados e iniciam a síntese de matriz óssea que logo se mineraliza.
Forma-se assim tecido ósseo primário sobre os restos de cartilagem calcificada.
Este centro de calcificação descrito, que aparece na parte média da diáfise, é
chamado centro primário. Seu crescimento ocorre no sentido longitudinal.
Desde o início da formação
deste centro primário ocorre a reabsorção óssea por osteoclastos promovendo a
formação da medula óssea.
·
Segundo
passo: mais tarde formam-se em cada epífise um centro secundário
de ossificação que proporciona um crescimento radial ao osso.
Quando
o tecido ósseo formado nos centros secundários ocupa as epífises, o tecido
cartilaginoso fica reduzido a dois locais: 1) a cartilagem auricular, que
persistirá por toda vida e não contribui para a formação de tecido ósseo e 2) a
cartilagem de conjugação ou disco epifisário. Esta ultima é constituída por um
disco cartilaginoso que será responsável de agora em diante pelo crescimento
longitudinal ósseo.
Zonas do disco epifisário
·
Zona
de repouso: onde existe cartilagem hialina sem nenhuma
alteração morfológica.
·
Zona
de cartilagem seriada ou de proliferação: rápida divisão de
condrócitos com formação de fileiras ou colunas paralelas de células achatadas
e empilhadas no sentido longitudinal do osso
·
Zona
de cartilagem hipertrófica: esta zona apresenta condrócitos
muito volumosos, com depósito citoplasmático de glicogênio e lipídios. A matriz
fica reduzida a tabiques delagados, entre as células hipertróficas. Os condrócitos
entram em apoptose.
·
Zona
de cartilagem calcificada: nesta zona ocorre a mineralização dos
delgados tabiques de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos.
·
Zona
de ossificação: é a zona em que aparece tecido ósseo. Capilares
sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as
cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. As células osteoprogenitoras se
diferenciam em osteoblastos.
Fratura
e remodelação óssea
Nos locais onde ocorrem fraturas ósseas,
inicia-se uma hemorragia pela lesão de vasos sanguíneos, destruição de matriz e
morte das células ósseas.
Para que a reparação se inicie é
necessário a remoção dos restos celulares pelos macrófagos.
O periósteo e endósteo próximos à área
fraturada respondem com uma intensa proliferação, formando um tecido rico em
células osteoprogenitoras que constituem um colar em torno da fratura e penetra
entre as extremidades ósseas rompidas. Nesse anel ou colar conjuntivo, bem como
no conjuntivo localizado entre as extremidades ósseas fraturadas, surge tecido
ósseo primário, tanto pela ossificação endocondral como pela intramembranosa.
Podem, pois, ser encontradas no local da reparação, ao mesmo tempo, áreas de cartilagem,
áreas de ossificação intramembranosa e áreas de ossificação endocondral.
Todo esse processo evolui até a formação
do calo ósseo que envolve as extremidades fraturadas.
As trações e pressões exercidas sobre o
osso durante a reparação, a atividade osteoclastica e após o retorno do
paciente a suas atividades normais, causam a remodelação do calo ósseo e sua
completa substituição por tecido ósseo lamelar.
UNIFENAS RESUMIDA
Muito bom!
ResponderExcluirPerfeito! :D
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