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2 Histologia: Tecido muscular
Autor: João Maximiano
Escola de ciências médicas UNIFENAS-BH
Tecido
muscular
É
constituído por células alongadas, que contém grande quantidade de filamento
citoplasmático de proteínas contráteis geradoras de força necessárias à contração.
As
células musculares são de origem mesodérmica e sua diferenciação ocorre pela
síntese de proteínas filamentosas, concomitante com o alongamento das células.
De
acordo com suas características morfológicas e funcionai distinguem-se três
tipos de tecido muscular: 1) músculo estriado esquelético, 2) músculo estriado
cardíaco e 3) músculo liso. O estudo adiante será pautado nestas divisões.
Cabe
por ultimo citar algumas estruturas importantes do tecido muscular sendo elas:
·
Sarcolema
= membrana celular
·
Sarcoplasma
= citosol
·
Retículo
sarcoplasmático = Reticulo endoplasmático liso
1)
Tecido
muscular esquelético
Formado
por feixes de células muito longas (até 30 cm), cilíndricas, multinucleadas e
contendo muitos filamentos, as miofibrilas. Essas células originam-se no
embrião pela fusão das células alongadas, os mioblastos. Nas fibras musculares
esqueléticas os mumerosos núcleos localizam-se na periferia das fibras, nas
proximidades do sarcolema. O crescimento do tecido estriado esquelético se dá
principalmente por hipertrofia.
Organização do muscular esquelético:
·
Epimísio:
tecido
conjuntivo que envolve um conjunto de feixes de fibras
·
Perimício:
tecido
conjuntivo que envolve cada feixe de fibras separando-os dos demais.
·
Endomício:
recobre
cada fibra muscular individualmente.
Importância da organização do músculo
esquelético:
·
Mantém as fibras musculares unidas,
permitindo que a força de contração gerada por cada fibra individualmente atue
sobre o músculo inteiro.
·
Transmissão da força de contração muscular
para tendões e ossos.
·
Penetração de vasos sanguíneos no músculo
através do conjuntivo formando extensa rede de capilares entre as fibras
musculares.
·
O tecido conjuntivo do músculo contém, ainda,
vasos linfáticos e nervos.
Organização
das fibras musculares esqueléticas
Quando observadas ao microscópio óptico,
as fibras musculares esqueléticas mostram estriações transversais, pela
alternância de faixas claras e escuras. Isso ocorre pela presença de estruturas
denominadas sarcômeros.
Sarcômeros:
Ao microscópio de polarização, a faixa
escura é anisotrópica e, por isso, recebeu o nome de banda A, enquanto que a faixa clara, ou banda I, é isotrópica. No centro de cada banda I nota-se uma linha
transversal escura – a linha Z. A banda A ainda apresenta uma região mais
clara ao centro denominada zona H.
O sarcômero é formado pela parte da
miofibrila que fica entre duas linhas Z sucessivas e contém uma banda A
separando duas semibandas I.
Actina e miosina
O
microscópio eletrônico revela a presença de filamentos finos de actina e
filamentos grossos de miosina dispostos longitudinalmente nas miofibrilas e
organizados numa distribuição simétrica e paralela. Essa organização é mantida
por outras proteína como a desmina que ligam as miofibrilas umas as outras.
Outra proteína que liga o conjunto de miofibrilas ao sarcolema é a distrofina.
Proteínas principais do estriado
esquelético
·
Actina:
apresenta-se
sobre a forma de polímeros longos (actina F) formados por duas cadeias de monômeros
globulares (actina G) torcidas uma sobre a outra, em hélice dupla.
·
Tropomiosina:
molécula
longa e fina, com cerca de 40nm de comprimento, constituída por duas cadeias
polipeptídicas uma enrolada na outra. As moléculas de tropomiosina unem-se umas
as outras pelas extremidades, para formar filamentos que se localizam ao longo
do sulco existente entre os dois filamentos de actina F.
·
Troponina:
é
um complexo de três unidades TnT, que se liga fortemente à tropomiosina; TnC,
que tem grande afinidade pelos íons Ca2+; e TnI, que cobre o sítio
ativo da actina, onde ocorre a interação da actina com a miosina.
·
Miosina:
molécula
grande com forma de bastão formada por dois peptídeos enrolados em hélice. Numa
de suas extremidades a miosina apresenta uma saliência globular ou cabeça, que
possui locais específicos para combinação com ATP e é dotada de atividade
ATPásica. É nesta parte da molécula que tem hidrólise de ATP para liberar a
energia usada na contração. Nesta parte também encontra-se o local de
combinação com a actina.
Reticulo sarcoplasmático e Sistema de
túbulos transversais
O
reticulo sarcoplasmático armazena e regula o fluxo de íons Ca2+.
Quando a membrana do reticulo é despolarizada por estimulo nervoso, os canais
de Ca2+ se abrem, e esses íons, que estavam depositados nas
cisternas do retículo, difundem-se passivamente, indo atuar sobre a troponina,
possibilitando a formação de pontes entre actina e miosina.
O
sistema de túbulos transversais ou sistema T é responsável pela contração
uniforme de cada fibra muscular esquelética. É constituído por uma rede de
invaginações tubulares da membrana plasmática da fibra muscular, cujos ramos
vão envolver as junções das bandas A e I de cada sarcômero.
Mecanismo de contração
O
sarcômero em repouso consiste em filamentos finos e grossos que se sobrepões
parcialmente. A contração deve-se ao deslizamento dos filamentos uns sobre os
outros, o que aumenta o tamanho da zona de sobreposição entre os filamentos e
diminui o tamanho do sarcômero.
·
Passo
1: íons
Ca2+ se ligam ao TnC da troponina empurrando a tropomiosina para
baixo. Dessa forma, a cabeça da actina ficará exposta.
·
Passo
2:
a actina com a cabeça exposta funcionará agora como co-fator da reação entre o
ATP e a ATPase presente na cabeça de miosina.
·
Passo
3:
a reação entre o ATP e a ATPase irá gerar ADP + Pi + energia o que fará com que
a cabeça da miosina curve-se promovendo o deslizamento do filamento de actina
sobre o filamento de miosina.
·
Passo
4:
para desfazer o deslizamento é necessária nova molécula de ATP caso contrário
uma situação estável geraria um estado de rigor
mortis.
Inervação
A
contração das fibras musculares é comandada por nervos motores que se ramificam
no tecido conjuntivo do perimísio, onde cada nervo origina numerosos ramos. No
local de contato com a placa muscular o nervo perde sua bainha de mielina e
configura-se com uma morfologia dilatada denominada placa motora. Neste local
sob estimulo o nervo libera acetilcolina que irá promover a entrada de Na+
no interior da célula muscular com sua conseguinte despolarização. Essa
despolarização promoverá a saída de Ca2+ do reticulo sarcoplasmático
iniciando a contração. Para cessar a atividade colinérgica é necessária a
atuação da colinesterase que promoverá a destruição da acetilcolina. O Ca2+
será recaptado ativamente para o reticulo sarcoplasmático.
Sistema de produção de energia
A
célula muscular esquelética é adaptada para a produção de trabalho intenso e
descontínuo, necessitando de depósitos ricos em energia.
A
energia que pode mobilizada com mais facilidade é a acumulada em ATP e
fosfocreatina, ambos compostos ricos em energia nas ligações fosfato, e são
armazenados na célula muscular.
O
tecido muscular obtém energia para forma ATP e fosfocreatina a partir de
glicose e ácidos graxos.
Identificação das fibras musculares
esqueléticas:
a)
Tipo
I (lentas): ricas em sarcoplasma contendo mioglobina e
têm coloração vermelho-escura. Estas fibras são adaptadas para contrações continuadas.
Sua energia é obtida principalmente dos ácidos graxos metabolizados nas
mitocôndrias.
b)
Tipo
II (rápidas): adaptadas para contrações rápidas e
descontínuas. Contem pouca mioglobina e, por isso, são de cor vermelho-clara.
Podem ainda ser subdivididas:
·
IIA
· IIB:
são
mais rápidas e dependem principalmente da glicose como fonte de energia.
·
IIC
2)
Músculo
estriado cardíaco
Célula alongadas e ramificadas, com
aproximadamente, 15mm de diâmetro. Prendem-se por meio de junções
intercelulares complexas. Apresentam estriações transversais semelhantes às do
músculo esquelético, mas, ao contrário das fibras esquelética que são
multinucleada, as fibras cardíacas possuem apenas um ou dois núcleos
centralmente localizados. Os túbulos T neste tecido formam díades ao invés de
tríades.
Discos
intercalares: são complexos juncionais encontrados na
interface de células musculares adjacentes. Neste complexo encontram-se três
especializações juncionais principais: zônula de adesão, desmossomos e junções
comunicantes. As zônulas de adesão representam a principal especialização da
membrana na parte transversal do disco, estão presentes também nas partes
laterais e servem para ancorar os filamentos de actina dos sarcômeros
terminais.
Os desmossomos unem as células
musculares cardíacas, impedindo, que elas se separem durante a atividade
contrátil. Nas partes laterais dos discos intercalares encontram-se junções
comunicantes responsáveis pela continuidade iônica entre células musculares
vizinhas.
O músculo cardíaco contém numerosas
mitocôndrias, que ocupam aproximadamente 40 % do volume citoplasmático, o que
reflete o intenso metabolismo aeróbio desse tecido.
O músculo cardíaco armazena ácidos
graxos sob forma de triacilglicerol encontrados nas gotículas de gordura do
citoplasma de suas células. Existe pequena quantidade de glicogênio para
situações emergenciais.
As células musculares cardíacas contém
grânulos secretores de peptídeo atrial natriurético que atua nos rins
aumentando a natriurese e diurese
promovendo a redução da P.A.
3)
Músculo
liso
Formado
por células longas mais espessas no centro e afunilando-se nas extremidades,
com núcleo único e central.
São
revestidas por lâmina basal e mantidas juntas por uma rede muito delicada de
fibras reticulares. Essas fibras amarram as células musculares lisas umas as
outras de forma que a contração de uma fibra causa a contração de várias.
O sarcolema
ontem depressões (cavéolas) que armazenam Ca2+ que será utilizado
para dar início à contração.
Frequentemente
duas células adjacentes possuem junções comunicantes que participam na
transmissão do impulso de uma célula para outra.
As
células musculares lisas possuem estruturas denominadas corpos denso que tem
importante papel na contração.
Existem
no sarcoplasma das células musculares lisas filamentos de actina estabilizados
pela combinação com tropomiosina, porém não existem sarcômeros nem troponina.
Os
filamentos de miosina só se formam no momento da contração sendo portanto
miosina do tipo II.
Mecanismo de contração
·
Passo
1: migração
de Ca2+ extracelular para o interior das células musculares lisas.
·
Passo
2: o
Ca2+ se liga à calmodulina presente no sarcoplasma formando o
complexo Ca2+ - calmodulina.
·
Passo
3: O
complexo Ca2+ - calmodulina ativa a enzima cinase.
·
Passo
4:
a enzima cinase promove a fosforilação da miosina que se distende expondo os
sítios com atividade ATPase.
·
Passo
5:
os sítios com atividade ATPase reagem com ATP prduzindo energia e prmovendo o
deslizamento das placas miosina – actina.
Obs. As
proteínas motoras actina e miosina estão ligada a filamentos intermediários de
desmina e vimentina que, por sua vez, se prendem aos corpos densos da membrana
da célula. Isto provoca contração da célula como um todo. Os corpos densos
contém α-actinina.
O
músculo liso também produz colágeno tipo III, proteoglicanos e fibras
elásticas.
UNIFENAS RESUMIDA
Sou leiga mas gostei do artigo. Gostaria de saber se tens estudos sobre o processo da síndrome dolorosa miofascial. Sofro com esta doença a 3 anos. E não vejo pesquisas voltadas para a solução deste distúrbio nas contrações musculares. Um relaxante muscular potente que não tenha reações adversas.
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