terça-feira, 4 de setembro de 2012

SEMINARIO 3/4: AÇÃO DOS FÁRMACOS


Seminário 3 e 4: Mecanismos de ação dos fármacos

Autor: João Maximiano

Faculdade de Ciências Médicas: UNIFENAS-BH

1)    Efeito dos fármacos: os efeitos da maioria dos fármacos resultam de sua interação com os componentes macromoleculares do organismo. Tais interações alteram a função do componente pertinente, iniciando assim as alterações bioquímicas e fisiológicas características da resposta do fármaco. Modo de trabalho de um fármaco: 1) potencialmente capaz de alterar a velocidade de qualquer função corporal e 2) os fármacos não criam efeitos, mas em vez disso modulam funções fisiológicas intrínsecas.
2)    Receptores dos fármacos: ao menos do ponto de vista numérico as proteínas formam a classe mais importante de receptores de fármacos. Exemplos de receptores proteicos são: receptores de hormônios, fatores de crescimento e neurotransmissores, as enzimas das vias fundamentais metabólicas e reguladoras, proteínas envolvidas nos processos de transporte ou proteínas estruturais.
3)    Efeitos do fármaco no receptor
·         Potência de um fármaco: corresponde a quantidade referida de um determinado medicamento para que ele exerça o efeito esperado. Quanto mais potente um fármaco menor será a quantidade do mesmo a ser administrada.
·         Eficácia de um fármaco: mede o quanto aquele fármaco exerce o efeito que se esperava que ele tivesse.
·         Afinidade: corresponde à força de ligação de um fármaco a seu receptor. Tem relação inversa com a constante de dissociação (Kd) do fármaco. Quanto maior for a afinidade de um fármaco pelo seu receptor maior será a sua potência.
·         Especificidade: quanto maior a especificidade maior o numero de ligações do fármaco com receptores específicos evitando, portanto efeitos colaterais.
·         Atividade intrínseca (α): é a capacidade do fármaco de uma vez ligado gerar um efeito na célula.
4)    Teoria sobre o efeito do fármaco
·         Teoria da ocupação: o efeito do fármaco é proporcional ao número de ligações aos receptores.
·         Teoria da atividade intrínseca: observando-se fármacos antagonistas notou-se que estes fármacos não desencadeavam nenhuma atividade intrínseca.

Agonista: São fármacos que se ligam aos receptores fisiológicos e mimetizam os efeitos reguladores dos compostos endógenos de sinalização.
Antagonistas: compostos que inibem a ação de um agonista.
Ø  0 – α – 100% = agonista parcial (agentes apenas parcialmente eficazes como agonistas)
Ø   α=100% = agonista total (age de forma idêntica aos agonistas endógenos a que mimetiza).
Ø  α = 0 = antagonista.
5)    Interações entre drogas
·         Sinergia: potencialização de um fármaco quando administrado em associação a outro.
·         Antagonismo competitivo: duas substâncias disputam um receptor reduzindo seus efeitos.
·         Antagonismo fisiológico: efeitos diferentes com receptores diferentes. Neste caso a ação funcional destes são inversas.
·         Antagonismo químico: uma droga reage com a outra diminuindo seu efeito.
·         Antagonismo não-competitivo: fármacos que interferem com a condutância iônica por agir em canais iônicos, portanto não se tratando de agonistas.
6)    Variações nas respostas dos fármacos:
·         Reação adversa: qualquer efeito prejudicial ou indesejável, não intencional, que aparece após a administração de um medicamento em doses terapêuticas. Ex: cefaléia.
·         Efeito colateral: efeito secundário ao efeito principal já esperado para aquele medicamento e que em alguns casos pode ser usado com fins terapêuticos ex: sonolência provocada por alguns medicamentos.
·         Hipersensibilidade: corresponde a uma reação adversa que não é um efeito colateral. É considerada uma reação adversa possível para qualquer medicamento.
·         Idiossincrasia: Reações nocivas, às vezes fatais, que ocorrem em uma minoria dos indivíduos. Definida como uma sensibilidade peculiar a um determinado produto, motivada pela estrutura singular de algum sistema enzimático. Em geral considera-se que as respostas idiossincrásicas se devem ao polimorfismo genético.
·         Taquifilaxia: efeito das doses subsequentes é menor que o da dose inicial.
·         Tolerância: É fenômeno pelo qual a administração repetida, contínua ou crônica de um fármaco ou droga na mesma dose, diminui progressivamente a intensidade dos efeitos farmacológicos, sendo necessário aumentar gradualmente a dose para poder manter os efeitos na mesma intensidade. A tolerância é um fenômeno que leva dias ou semanas para acontecer. Exemplo, tolerância produzido pelos barbitúricos reduzindo seu efeito anticonvulsivante.
·         Resistência: ausência de efeito de um medicamento sobre o microorganismo.
·         Efeito placebo: é o efeito de ter o problema resolvido utilizando um composto sem o principio ativo, provavelmente devido à um condicionamento psicológico.
·         Dependência: é quando o organismo se adapta à droga.
·         Downregulation: devido a ação contínua do fármaco ocorre uma aproximação de receptores que são endocitados em grupo levando a uma regulação do numero de receptores na membrana.
·         Upregulation: aumento do numero de receptores após inativação temporária por antagonistas administráveis. 

UNIFENAS RESUMIDA


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