Seminário
3 e 4: Mecanismos de ação dos fármacos
Autor: João Maximiano
Faculdade de Ciências Médicas: UNIFENAS-BH
1)
Efeito
dos fármacos: os efeitos da maioria dos fármacos resultam
de sua interação com os componentes macromoleculares do organismo. Tais
interações alteram a função do componente pertinente, iniciando assim as
alterações bioquímicas e fisiológicas características da resposta do fármaco.
Modo de trabalho de um fármaco: 1) potencialmente capaz de alterar a velocidade
de qualquer função corporal e 2) os fármacos não criam efeitos, mas em vez
disso modulam funções fisiológicas intrínsecas.
2)
Receptores
dos fármacos: ao menos do ponto de vista numérico as
proteínas formam a classe mais importante de receptores de fármacos. Exemplos
de receptores proteicos são: receptores de hormônios, fatores de crescimento e
neurotransmissores, as enzimas das vias fundamentais metabólicas e reguladoras,
proteínas envolvidas nos processos de transporte ou proteínas estruturais.
3)
Efeitos
do fármaco no receptor
·
Potência
de um fármaco: corresponde a quantidade referida de um
determinado medicamento para que ele exerça o efeito esperado. Quanto mais
potente um fármaco menor será a quantidade do mesmo a ser administrada.
·
Eficácia
de um fármaco: mede o quanto aquele fármaco exerce o efeito
que se esperava que ele tivesse.
·
Afinidade:
corresponde
à força de ligação de um fármaco a seu receptor. Tem relação inversa com a
constante de dissociação (Kd) do fármaco. Quanto maior for a afinidade de um
fármaco pelo seu receptor maior será a sua potência.
·
Especificidade:
quanto
maior a especificidade maior o numero de ligações do fármaco com receptores
específicos evitando, portanto efeitos colaterais.
·
Atividade
intrínseca (α): é a capacidade do fármaco de uma vez ligado
gerar um efeito na célula.
4)
Teoria
sobre o efeito do fármaco
·
Teoria
da ocupação: o efeito do fármaco é proporcional ao número
de ligações aos receptores.
·
Teoria
da atividade intrínseca: observando-se fármacos antagonistas
notou-se que estes fármacos não desencadeavam nenhuma atividade intrínseca.
Agonista:
São
fármacos que se ligam aos receptores fisiológicos e mimetizam os efeitos
reguladores dos compostos endógenos de sinalização.
Antagonistas: compostos
que inibem a ação de um agonista.
Ø 0 – α – 100% = agonista
parcial (agentes apenas parcialmente eficazes como agonistas)
Ø α=100%
= agonista total (age de forma idêntica aos agonistas endógenos a que
mimetiza).
Ø α = 0 = antagonista.
5)
Interações
entre drogas
·
Sinergia:
potencialização
de um fármaco quando administrado em associação a outro.
·
Antagonismo
competitivo: duas substâncias disputam um receptor
reduzindo seus efeitos.
·
Antagonismo
fisiológico: efeitos diferentes com receptores diferentes.
Neste caso a ação funcional destes são inversas.
·
Antagonismo
químico: uma droga reage com a outra diminuindo seu efeito.
·
Antagonismo
não-competitivo: fármacos que interferem com a condutância
iônica por agir em canais iônicos, portanto não se tratando de agonistas.
6)
Variações
nas respostas dos fármacos:
·
Reação
adversa: qualquer efeito prejudicial
ou indesejável, não intencional, que aparece após a administração de um
medicamento em doses terapêuticas. Ex: cefaléia.
·
Efeito
colateral: efeito secundário ao efeito principal já esperado para
aquele medicamento e que em alguns casos pode ser usado com fins terapêuticos
ex: sonolência provocada por alguns medicamentos.
·
Hipersensibilidade: corresponde
a uma reação adversa que não é um efeito colateral. É considerada uma reação
adversa possível para qualquer medicamento.
·
Idiossincrasia:
Reações nocivas, às vezes fatais, que ocorrem em
uma minoria dos indivíduos. Definida como uma sensibilidade peculiar a um
determinado produto, motivada pela estrutura singular de algum sistema
enzimático. Em geral considera-se que as respostas idiossincrásicas se devem ao
polimorfismo genético.
·
Taquifilaxia:
efeito
das doses subsequentes é menor que o da dose inicial.
·
Tolerância: É fenômeno pelo qual a administração repetida,
contínua ou crônica de um fármaco ou droga na mesma dose, diminui
progressivamente a intensidade dos efeitos farmacológicos, sendo necessário
aumentar gradualmente a dose para poder manter os efeitos na mesma intensidade.
A tolerância é um fenômeno que leva dias ou semanas para acontecer. Exemplo,
tolerância produzido pelos barbitúricos reduzindo seu efeito anticonvulsivante.
·
Resistência:
ausência
de efeito de um medicamento sobre o microorganismo.
·
Efeito
placebo: é o efeito de ter o problema resolvido utilizando um
composto sem o principio ativo, provavelmente devido à um condicionamento
psicológico.
·
Dependência: é
quando o organismo se adapta à droga.
·
Downregulation:
devido
a ação contínua do fármaco ocorre uma aproximação de receptores que são
endocitados em grupo levando a uma regulação do numero de receptores na
membrana.
·
Upregulation: aumento
do numero de receptores após inativação temporária por antagonistas
administráveis.
UNIFENAS RESUMIDA
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