PL4 ANATO PUBERDADE

PL 4 anatomia: aspectos anatômicos da musculatura da perna

Autor: João Maximiano

Faculdade de Ciências Médicas: UNIFENAS-BH

1)    Compartimento anterior da perna: está localizado anteriormente à membrana interóssea, entre a face lateral do corpo da tíbia e a face medial do corpo da fíbula e anteriormente ao septo intermuscular que as une. É delimitado anteriormente pela fascia muscular da pena e pele.

·         Músculos do compartimento anterior (são dorsiflexores da articulação talocrural, elevando a parte anterior do pé e abaixando o calcanhar). 

Ø  Músculo tibial anterior: é o músculo mais medial e superficial situado contra a face lateral da tíbia. O tendão longo do TA começa na metade da perna e desce ao longo da face anterior da tíbia. Tem ação sinérgica ao tibial posterior na inversão do pé.

Origem: côndilo lateral e metade superior da face lateral da tíbia e membrana interóssea.

Inserção: faces medial e inferior do cuneiforme medial a base do primeiro metatarsal.

Inervação: fibular profundo (L4, L5)

Ação principal: flexão dorsal do tornozelo e inversão do pé

Ø  Músculo extensor longo dos dedos: é o mais lateral dos músculos anteriores da perna. O músculo torna-se tendíneo acima do tornozelo, formando quatro tendões que se fixam às falanges dos quatro dedos laterais.

Origem: Côndilo lateral da tíbia e três quartos superiores da face medial da fíbula e membrana interóssea

Inserção: falange média e distal dos quatro dedos laterais.

Inervação: fibular profundo (L4, L5)

Ação principal: estende os quatro dedos laterais e faz a dorsiflexão do tornozelo.

Ø  Músculo extensor longo do hálux: é fino e está situado profundamente entre o tibial anterior e o extensor longo dos dedos em sua fixação superior na metade média da fíbula e na membrana interóssea.

Origem: Parte média da face anterior da fíbula e membrana interóssea.

Inserção: face dorsal da base da falange distal do halux.

Inervação: nervo fibular profundo (L4, L5)

Ação principal: estende o hálux e fax dorsiflexão do tornozelo.

Ø  Músculo fibular terceiro: é uma parte separada do extensor longo dos dedos, que compartilha sua bainha sinovial. Nem sempre está presente.

Origem: terço inferior da face anterior da fíbula e membrana interóssea

Inserção: dorso da base do quinto metatarsal

Inervação: fibular profundo (L4, L5)

Ação principal: flexão dorsal do tornozelo e auxiliar na inversão do pé.

v  Irrigação do compartimento anterior: artéria tibial anterior que é o menor ramo terminal da artéria poplítea. Inicia-se na margem inferior do músculo poplíteo e segue imediatamente em direção anterior através de uma abertura interóssea para descer na superfície anterior dessa membrana entre os músculos TA e ELD. Na articulação talocrural, a meio caminho entre os maléolos, a artéria tibial anterior muda de nome, tornando-se artéria dorsal do pé.

2)    Compartimento lateral da perna: corresponde ao menor compartimento da perna sendo limitado pela face lateral da fíbula, septos intermusculares anterior e posterior e fáscia muscular da perna e pele.

·         Músculos do compartimento lateral: são eversores do pé, elevando a margem lateral do pé.

Ø  Fibular longo: é o mais longo e superficial do músculos fibulares. Quando uma pessoa fica apoiada em um só pé ele ajuda e estabilizar a persa sobre o pé.

Origem: cabeça e dois terços superiores da face lateral da fíbula.

Inserção: base do primeiro metatarsal e cuneiforme medial.

Inervação: nervo fibular superficial

Ação principal: eversão do pé e flexão plantar fraca do tornozelo.

Ø  Fíbular curto: é fusiforme e está situado profundamente ao FL. Com frequência se funde ao fibular terceiro.

Origem: dois terços inferiores da face lateral da fíbula.

Inserção: face dorsal da tuberosidade na face lateral da base do quinto metatarsal

Inervação: nervo fibular superficial

Ação principal: mesma do FL.

v  Irrigação do compartimento lateral: proximalmente ramos da artéria tibial anterior penetram no septo intermuscular anterior e inferiormente ramos da artéria fibular penetram no septo intermuscular posterior.

3)    Compartimento posterior da perna: é o maior de todos os compartimentos da perna. O compartimento superior e seus músculos são divididos em grupos musculares superficiais e profundos pelo septo intermuscular transverso.

a)    Parte profunda: é limitada pelos dois ossos da perna, membrana interóssea e posteriormente pelo septo intermuscular transverso. Na parte inferior a parte profunda afila-se à medida que os músculos contidos tornam-se tendíneos. O septo intermuscular transverso termina como fibras transversas de reforço.

·         Músculos da região profunda

Ø  Poplíteo: fino e triangular e forma a parte inferior do assoalho da fossa poplítea.

Origem: face lateral do côndilo lateral do fêmur e menisco lateral.

Inserção: face posterior da tíbia superiormente à linha do m. sóleo.

Inervação: Nervo tibial (L4, L5, S1)

Ação principal: flexão do joelho e gira medialmente a tíbia do membro não apoiado.

Ø  Flexor longo do hálux: é um potente flexor de todas as articulações do hálux. Logo depois do tríceps sural dá o impulso da flexão plantar para a parte proeminente da planta do pé.

Origem: dois terços inferiores da face posterior da fíbula; parte inferior da membrana interóssea.

Inserção: base da falange distal do halux

Inervação: nervo tibial (S2 e S3)

Ø  Flexor longo dos dedos: segue diagonalmente até a planta do pé superficialmente ao tendão do FLH. Mas sua direção de tração é realinhada pelo músculo quadrado plantar.

Origem: parte medial da face posterior da tíbia inferiormente à linha para o m. sóleo; por um tendão largo à fíbula.

Inserção: base das falanges distais dos quatro dedos laterais.

Inervação: mesma que o FLH

Ø  Tibial posterior:é o mais profundo no compartimento posterior situando-se antre o FLD e o FLH.

Origem: membrana interóssea; face posterior da tíbia inferior à linha para o m. sóleo; face posterior da fíbula.

Inserção: tuberosidade do navicular, cuneiforme, cuboide e sustentáculo do tálus; bases do 2, 3 e 4 metatarsais.

Inervação: nervo tibial (L4 e L5)

Ação principal: faz a flexão plantar do tornozelo; inverte o pé.

b)    Parte superficial: maior e menos limitada.

·         Músculos da parte superficial: os músculos deste compartimento são o gastrocnêmico, sóleo e plantar. Os dois primeiros formam o músculo tríceps sural que possui três cabeças e uma inserção que é o tendão do calcâneo. O grande tamanho destes dois músculos relaciona-se à postura vertical do homem. O tendão do calcâneo (Aquiles) é o mais espesso e forte do corpo e possui cerca de 15 cm de comprimento. Normalmente, o tendão do calcâneo espirala-se ¼ de volta durante a descida, de modo que as fibras do músculo gastrocnêmico fixam-se lateralmente e as do músculo sóleo fixam-se medialmente. Embora tenham um tendão comum os dois músculos do tríceps sural podem agir individualmente.

Ø  Músculo gastrocnêmico: é o mais superficial no compartimento posterior e forma a parte proximal, mais proeminente da panturrilha. É um músculo fusiforme, com duas cabeças, biarticular, cuja cabeça medial é um pouco maior e se estende mais distalmente do que a cabeça lateral. As cabeças se unem na margem inferior da fossa poplítea, onde formamos limites inferolateral e inferomedial dessa fossa. Como a maior parte de suas fibras são brancas estes músculos efetuam movimentos rápidos durante a corrida e salto.

Origem: 1) cabeça lateral – face lateral do côndilo lateral do fêmur e 2) cabeça medial – face poplítea do fêmur acima do côndilo medial.

Inserção: face posterior do calcâneo pelo tendão do calcâneo.

Inervação: Nervo tibial S1 e S2

Ação principal: flexão plantar do tornozelo quando o joelho está estendido e levanta o calcanhar quando caminha.

Ø  Músculo sóleo: está localizado profundamente ao gastrocnêmico e é considerado o burro de carga da flexão plantar.

Origem: face posterior da cabeça da fíbula e linha do músculo sóleo

Inserção: mesma que a do gastrocnêmico.

Inervação: = gastrocnêmico

Ação principal: flexão plantar do tornozelo e fixa a perna sobre o pé.

Ø  Músculo plantar: é um músculo pequeno que tem um ventre curto e um tendão longo. O tendão deste músculo segue distalmente entre os músculos gastrocnêmico e sóleo e, às vezes se rompe subitamente. Em virtude de seu papel pequeno, o tendão do músculo plantar pode ser removido e usado em enxertos (ex: durante cirurgia de reconstrução de tendões da mão) sem causar incapacidade.

Origem: linha supracondilar do fêmur e ligamento poplíteo

Inserção: mesma dos outros dois anteriores

Inervação: idem

Ação principal: ajuda fracamente o gastrocnêmico na flexão plantar.

4)    Fáscia profunda do pé: a fáscia muscular do dorso do pé é fina no local em que é contínua na parte proximal com o retináculo inferior dos músculos extensores. Nas faces lateral e posterior do pé, a fáscia muscular é contínua com a fascia plantar. Essa fáscia, por sua vez, tem uma parte central espessa e partes medial e lateral mais fracas.

A parte central e espessa forma a forte aponeurose plantar que são feixes longitudinais de tecido conjuntivo fibroso denso que revestem os músculos plantares centrais.

A fascia plantar mantém unidas as partes do pé, protege a planta contra lesões e ajuda a sustentar os arcos longitudinais do pé.

A aponeurose plantar origina-se posteriormente ao calcâneo e tem a função de um ligamento superficial.

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