GT2: UMA GESTAÇÃO SALVADORA
1.O que é diferenciação celular: consiste na especialização de uma célula, que
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antes não era especializada, em uma função que lhe é única e que junto as outras
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células diferenciadas compõe o funcionamento integral do organismo.
Neste
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processo de diferenciação atuam controles de expressão, que tendem a definir as
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vias bioquímicas e a morfologia de uma célula, capacitando-a eficazmente para
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uma determinada função em detrimento de muitas outras.
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2.Diferenciação X potencialidade: dois conceitos
de proporcionalidade inversa são
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a diferenciação e a potencialidade.
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– Diferenciação: é o grau de especialização da célula.
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– Potencialidade: capacidade que uma célula tem de originar outros tipos
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celulares.
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Em qualquer célula quanto maior a diferenciação menor será a potencialidade e
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vice-versa.
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EX: 1) as primeiras células embrionárias possuem a capacidade de se
diferenciar
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em qualquer célula do organismo tendo, portanto,
100% de potencialidade
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(totipotentes). 2) enquanto isso as células nervosas são incapazes de se
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diferenciar em qualquer tipo de célula possuindo 100% de diferenciação. Neste
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ultimo caso até mesmo o processo mitótico é interrompido.
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O avanço da idade do embrião caracteriza uma perda em sua
potencialidade e
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aumenta sua diferenciação.,
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3.Início da diferenciação celular em animais:
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– Nos animais a diferenciação celular tem início na gastrula onde se formam os
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três folhetos embrionários.
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– Os folhetos embrionários se formam a partir de
movimentos celulares intensos
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característicos da gastrulação denominados movimentos morfogenéticos.
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– Anteriormente à gastrulação é observado um processo de clivagem
no qual a
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célula entre em processo de mitose intensa, no entanto, sem se
diferenciar. Neste
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momento as fases G1 e G2 do processo mitótico são inibidas acelerando este
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processo. Tais fases são responsáveis pela transcrição genica o que elimina
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portanto esta transcrição durante a clivagem.
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– Uma vez acumulado um número suficiente de células inicia-se a gastrulação na
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qual as divisões celulares continuam ocorrendo,
mas em ritmo menos acelerado
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que na clivagem.
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– Como já foi abordado a gastrulação é caracterizada por movimentos
celulares
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intensos que promovem o rearranjo celular (morfogênese) que posicionam as
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células nos microambientes que irão definir o programa de diferenciação que a
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célula irá seguir.
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– Na gastrulação pela primeira vez ocorre o
processo de expressão gênica.
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– Morfogênese: como já foi dito consiste em rearranjos
celulares para
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microambientes onde se iniciará a especialização da células. Esse processo
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depende de 1) citoesqueleto das células e 2) matriz extracelular. A
matriz contem
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moléculas sinalizadoras extracelulares que estimulam alterações no citoesqueleto.
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Moléculas da matriz interagem com receptores presentes na membrana
das
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células ativando a fosforilação em cadeia de diversas cinases
proteicas
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intracelulares que agirão sobre o citoesqueleto.
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4.Expressões gênicas controladas:
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– O controle da expressão gênica permite a produção seletiva das proteínas
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celulares que serão imprescindíveis para as funções celulares específicas ao fim
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do processo de diferenciação.
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– As modificações celulares que tem lugar na
diferenciação resultam da inativação
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de certos genes e da
ativação de outros., dessa forma o mRNA difere de uma
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célula para outra levando a síntese proteica diferente em cada célula.
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– Existem mecanismos que serão responsáveis por traçar o perfil proteico de cada
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célula. Estes mecanismos podem ser classificados em transcricional
e pós-
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transcricional.
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– Mecanismo transcricional: atua no DNA (ativação ou inativação gênica)
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regulando a intensidade de transcrição da maioria dos genes, determinando
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portanto a atividade gênica. Este mecanismo é específico para cada tipo celular e
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varia do silenciamento total do gene até sutis diferenças de atividade
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transcricional.
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> Como ocorre a ativação dos genes: a ativação dos genes é mediada por
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proteínas nucleares denominadas fatores de transcrição. Essas proteínas
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reconhecem sequencias específicas no DNA (regiões de controle gênico) e
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favorecem a aproximação de proteínas necessárias À transcrição como é o caso
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do RNA-polimerase. Os fatores de transcrição importantes para a diferenciação
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celular são específicos para cada tipo celular.
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EX: fator determinante do músculo (FDM).
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> Como ocorre a inativação do gene: a inativação gênica é responsável pela
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perda de potencialidade da célula no seu processo de diferenciação. Existem
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vários níveis de inativação gênica, desde ligação de fatores nucleares inibitórios
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até modificações estruturais da cromatina regida por modificações covalentes de
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nucleotídeos. Um exemplo clássico de inativação gênica é a impressão gênica que
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inicia-se com a modificação covalente do DNA genômico através da metilação de
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nucleotídeos do tipo citosina de genes seletos. A partir dai fatores
proteicos
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nucleares associam-se a estas áreas genômicas metiladas, mediando o
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silenciamento gênico destas regiões.
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EX: histona na sua forma desacetilada. Favorece a formação de heterocromatinas.
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Sabe-se que aberrações no padrão de metilação genômico são a causa da
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desregulação gênica que gera, em consequência, as aberrações celulares que
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originam e sustentam tumores.
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– Mecanismo pós-transcricional: em geral o
controle pós-transcricional ocorre de
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forma mais rápida que o controle transcricional.
Em geral ele pode ocorrer de três
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formas: 1) interferindo com a eficiência do processamento do mRNA, 2)
interferindo
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no transporte do mRNA e 3) variando a vida útil do mRNA ou do produto proteico.
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EX: um tipo de controle pós-traducional é a variação da estabilidade dos mRNA. O
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mRNA mais estável permanece mais tempo na célula permitindo uma síntese mais
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abundante de certa proteína quando o mRNA se torna instável esta proteína pode
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ser produzida em quantidade insuficiente para atuar de forma
significativa.
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Inferência clínica: tal instabilidade do mRNA ocorre, por exemplo, numa forma
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anemia crônica denominada talessemia de Constant Spring na qual o mRNA
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responsável pela síntese de globina (componente da hemoglobina) é instável.
MAX
|
Bravo!
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