segunda-feira, 18 de junho de 2012

GT4 - AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO

GT4: avaliação do crescimento

Autor João Maximiano

Escola de ciências médicas UNIFENAS-BH

Introdução
O crescimento é reflexo de alterações biológicas que consideram as seguintes esferas: 1) peso, 2) altura e 3) perímetro cefálico.
O crescimento sofre influência de fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais).
·         Fatores ambientais (extrínsecos)
Ø  Influência psicológica
Ø  Influência sociocultural
Ø  Influencia patológica
·         Fatores biológicos (genéticos) (intrínsecos): atua nas varias proporções do corpo humano e no tempo de maturação.
A avaliação do crescimento deve ser feita longitudinalmente e não transversalmente, pois esta segunda forma de análise abre maior espaço para erro.
Como instrumentos de avaliação são utilizadas curvas de crescimento levando em consideração: 1)peso, 2) altura, 3) peso/altura e 4) perímetro cefálico.
Em condições normais a criança apresenta pequenas oscilações em sua curva de crescimento. Caso ocorra oscilações maiores que modifiquem a tendência observada nos controles anteriores, deve-se pesquisar a causa do ocorrido.


Antropometria
Método mais utilizado na avaliação do crescimento. A OMS recomenda, para todas as idades, com base de informações, a avaliação antropométrica, as medidas de peso e altura correlacionadas ao sexo e idade. Especialmente nos dois primeiros anos de vida inclui-se o perímetro cefálico (PC).
Para se interpretarem a avaliarem as medidas antropométricas a OMS recomenda a criação de índices antropométricos como peso/altura.
Para interpretar o crescimento de uma criança ou adolescente pelo índice antropométrico, compara-se a medida obtida com os dados antropométricos de uma população referência. Nesse caso, as classificações por percentil e desvio-padrão são as mais utilizadas.
A escolha do limiar entre crescimento normal e o anormal: pontos de corte
O objetivo primordial de se quantificarem as medidas e índices antropométricos é determinar se os valores encontrados significam normalidade, ou não. Para isso torna-se necessário definir um limite ou ponto de corte a partir do qual um individuo passa a ser considerado normal. A OMS recomenda que esses pontos de corte identifiquem déficit ou superávit significativos.
Avaliação individual
Não se faz diagnóstico de problema de crescimento em uma única consulta, mas sim com base na avaliação de como esse processo vem ocorrendo ao longo do tempo. O acompanhamento longitudinal torna-se imprescindível, com a construção de uma curva de crescimento a partir da união de vários pontos, representativos de medidas obtidas em tempos diferentes, registrados em gráfico.
O cartão da Criança – disponibilizado pelo SUS permite realizar tal acompanhamento. A avaliação deve se basear na inclinação da curva. Assim, o peso de uma criança pode star abaixo do limite inferior da referência, mas uma reavaliação, passado alguns dias ou semanas, pode demonstrar ganho de peso e uma inclinação ascendente da curva indicando crescimento.
Espera-se que uma criança com bom ritmo de crescimento tenha uma curva com trajetória ascendente e paralela às curvas padrão, o que indica normalidade.
Uma linha horizontal significa que a criança está mantendo o peso e uma linha descendente significa que está perdendo peso. Mesmo uma linha ascendente mas abaixo do percentil 3 pode indicar ganho insuficiente de peso. De forma análoga uma curva ascendente acima do percentil 97 pode indicar ganho excessivo de peso com tendência à sobrepeso.
Velocidade de crescimento
·         30 g/dia no primeiro trimestre do primeiro ano de vida
·         10g/dia no ultimo trimestre do primeiro ano de vida
·         25 cm de crescimento no primeiro ano (15 cm no primeiro trimestre e 10cm no segundo trimestre)
·         10 cm/ano no segundo ano de vida
·         > 2 anos e < puberdade crescimento de 5 a 7cm/ano
·         Na puberdade ocorre crescimento 9 cm/ano para menina e 10cm/ano para menino.
A avaliação do crescimento deve ser feita com 5 dias, 1, 2, 4, 6, 9, 12, 18 e 24 meses e, a partir daí, anualmente.
Índice peso/idade
Pela facilidade de obtenção de dados e por frequentemente indicar distúrbios no crescimento o peso é muito utilizado.
·         Desvantagens desde indicador
Ø  Não permite em uma medida isolada (transversal) a distinção entre casos agudos e crônicos de desnutrição.
Solução: avaliar também a relação, altura/idade, analisando-se comparativamente esses dois parâmetros.
Ø  Em estudos transversais fornece menos informações que o índice peso/altura e altura/idade.

·         Classificação de Gómez – estimula limite de 10% em relação ao peso ideal como limite inferior de normalidade
Ø  10 a 25% - desnutridos de 1° grau
Ø  25 a 40% - desnutridos de 2° grau
Ø  > 40% - desnutridos de 3° grau
·         Cartão da criança – utiliza o percentil 10 como início da faixa de risco para desnutrição considerando-se o índice peso/idade. (ver gráfico correspondente em anexo)
Índice comprimento/idade ou altura/idade
Pode ser realizado na posição de supina ou ortostática. Uma baixa correlação entre altura e idade pode indicar um processo biológico denominado stunting, que implica redução na velocidade de crescimento esquelético. Pode ocorrer desde o nascimento e normalmente está associado a baixas condições socioeconômicas, aporte inadequado de nutrientes e infecções repetidas ou crônicas.
Este índice é imperceptível em quadros desnutricionais agudos.
Um déficit neste índice significa que a criança tem um  crescimento comprometido em um processo crônico. Sua reversibilidade, ao contrário do que ocorre com peso, é difícil.
Índice peso/altura
O déficit no índice peso/altura pode significar um processo biológico de comprometimento recente do crescimento que interferiu no ganho de peso – com redução da quantidade de tecido e de gordura – mas que ainda não acometeu a estatura. Pode ser precipitado por infecções ou doenças agudas e geralmente ocorre quando a ingestão alimentar é limitada. A grande vantagem é que pode ser revertido rapidamente sob estimulo adequado.
·         Desvantagem desde indicador: não diagnostica uma criança desnutrida cronicamente.

Índice perímetro cefálico/idade
A medida deste índice é importante até 2 anos de idade onde passa a ter um crescimento acelerado.
·         Valores abaixo do esperado: pode ser resultante do fechamento precoce de suturas, malformações e seqüelas de infecções perinatais.
·         Valores acima do esperado: lesões expansivas intracranianas – hidrocefalia, tumores.






GRÁFICOS SEGUINDO A CADERNETA DA CRIANÇA 2011
GRÁFICOS EM ESCORE Z


UNIFENAS RESUMIDA

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