GT4:
avaliação do crescimento
Autor João Maximiano
Escola de ciências médicas UNIFENAS-BH
Introdução
O
crescimento é reflexo de alterações biológicas que consideram as seguintes
esferas: 1) peso, 2) altura e 3) perímetro cefálico.
O
crescimento sofre influência de fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais).
·
Fatores
ambientais (extrínsecos)
Ø Influência
psicológica
Ø Influência
sociocultural
Ø Influencia
patológica
·
Fatores
biológicos (genéticos) (intrínsecos): atua nas varias proporções
do corpo humano e no tempo de maturação.
A
avaliação do crescimento deve ser feita longitudinalmente e não
transversalmente, pois esta segunda forma de análise abre maior espaço para
erro.
Como
instrumentos de avaliação são utilizadas curvas de crescimento levando em
consideração: 1)peso, 2) altura, 3) peso/altura e 4) perímetro cefálico.
Em
condições normais a criança apresenta pequenas oscilações em sua curva de
crescimento. Caso ocorra oscilações maiores que modifiquem a tendência
observada nos controles anteriores, deve-se pesquisar a causa do ocorrido.
Antropometria
Método
mais utilizado na avaliação do crescimento. A OMS recomenda, para todas as
idades, com base de informações, a avaliação antropométrica, as medidas de peso
e altura correlacionadas ao sexo e idade. Especialmente nos dois primeiros anos
de vida inclui-se o perímetro cefálico (PC).
Para
se interpretarem a avaliarem as medidas antropométricas a OMS recomenda a
criação de índices antropométricos como peso/altura.
Para
interpretar o crescimento de uma criança ou adolescente pelo índice
antropométrico, compara-se a medida obtida com os dados antropométricos de uma
população referência. Nesse caso, as classificações por percentil e
desvio-padrão são as mais utilizadas.
A escolha do limiar entre crescimento
normal e o anormal: pontos de corte
O
objetivo primordial de se quantificarem as medidas e índices antropométricos é
determinar se os valores encontrados significam normalidade, ou não. Para isso
torna-se necessário definir um limite ou ponto de corte a partir do qual um
individuo passa a ser considerado normal. A OMS recomenda que esses pontos de
corte identifiquem déficit ou superávit significativos.
Avaliação individual
Não
se faz diagnóstico de problema de crescimento em uma única consulta, mas sim
com base na avaliação de como esse processo vem ocorrendo ao longo do tempo. O
acompanhamento longitudinal torna-se imprescindível, com a construção de uma
curva de crescimento a partir da união de vários pontos, representativos de
medidas obtidas em tempos diferentes, registrados em gráfico.
O
cartão da Criança – disponibilizado pelo SUS permite realizar tal
acompanhamento. A avaliação deve se basear na inclinação da curva. Assim, o
peso de uma criança pode star abaixo do limite inferior da referência, mas uma
reavaliação, passado alguns dias ou semanas, pode demonstrar ganho de peso e
uma inclinação ascendente da curva indicando crescimento.
Espera-se
que uma criança com bom ritmo de crescimento tenha uma curva com trajetória
ascendente e paralela às curvas padrão, o que indica normalidade.
Uma
linha horizontal significa que a criança está mantendo o peso e uma linha
descendente significa que está perdendo peso. Mesmo uma linha ascendente mas
abaixo do percentil 3 pode indicar ganho insuficiente de peso. De forma análoga
uma curva ascendente acima do percentil 97 pode indicar ganho excessivo de peso
com tendência à sobrepeso.
Velocidade de crescimento
·
30 g/dia no primeiro trimestre do primeiro
ano de vida
·
10g/dia no ultimo trimestre do primeiro ano
de vida
·
25 cm de crescimento no primeiro ano (15 cm
no primeiro trimestre e 10cm no segundo trimestre)
·
10 cm/ano no segundo ano de vida
·
> 2 anos e < puberdade crescimento de 5
a 7cm/ano
·
Na puberdade ocorre crescimento 9 cm/ano para
menina e 10cm/ano para menino.
A
avaliação do crescimento deve ser feita com 5 dias, 1, 2, 4, 6, 9, 12, 18 e 24
meses e, a partir daí, anualmente.
Índice peso/idade
Pela
facilidade de obtenção de dados e por frequentemente indicar distúrbios no
crescimento o peso é muito utilizado.
·
Desvantagens
desde indicador
Ø Não
permite em uma medida isolada (transversal) a distinção entre casos agudos e
crônicos de desnutrição.
Solução:
avaliar
também a relação, altura/idade, analisando-se comparativamente esses dois
parâmetros.
Ø Em
estudos transversais fornece menos informações que o índice peso/altura e
altura/idade.
·
Classificação
de Gómez – estimula limite de 10% em relação ao peso
ideal como limite inferior de normalidade
Ø 10 a
25% - desnutridos de 1° grau
Ø 25 a
40% - desnutridos de 2° grau
Ø >
40% - desnutridos de 3° grau
·
Cartão
da criança – utiliza o percentil 10 como início da faixa
de risco para desnutrição considerando-se o índice peso/idade. (ver gráfico
correspondente em anexo)
Índice comprimento/idade ou altura/idade
Pode
ser realizado na posição de supina ou ortostática. Uma baixa correlação entre
altura e idade pode indicar um processo biológico denominado stunting, que implica redução na
velocidade de crescimento esquelético. Pode ocorrer desde o nascimento e
normalmente está associado a baixas condições socioeconômicas, aporte
inadequado de nutrientes e infecções repetidas ou crônicas.
Este
índice é imperceptível em quadros desnutricionais agudos.
Um
déficit neste índice significa que a criança tem um crescimento comprometido em um processo
crônico. Sua reversibilidade, ao contrário do que ocorre com peso, é difícil.
Índice peso/altura
O
déficit no índice peso/altura pode significar um processo biológico de comprometimento
recente do crescimento que interferiu no ganho de peso – com redução da
quantidade de tecido e de gordura – mas que ainda não acometeu a estatura. Pode
ser precipitado por infecções ou doenças agudas e geralmente ocorre quando a
ingestão alimentar é limitada. A grande vantagem é que pode ser revertido
rapidamente sob estimulo adequado.
·
Desvantagem
desde indicador: não diagnostica uma criança desnutrida
cronicamente.
Índice perímetro cefálico/idade
A
medida deste índice é importante até 2 anos de idade onde passa a ter um
crescimento acelerado.
·
Valores
abaixo do esperado: pode ser resultante do fechamento precoce de
suturas, malformações e seqüelas de infecções perinatais.
·
Valores
acima do esperado: lesões expansivas intracranianas –
hidrocefalia, tumores.
GRÁFICOS SEGUINDO A CADERNETA DA CRIANÇA 2011
GRÁFICOS EM ESCORE Z
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