quarta-feira, 22 de agosto de 2012

GT3: CRESCIMENTO NA ADOLESCENCIA


GT3: Avaliação do crescimento do adolescente


Autor: João Maximiano

Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH


Introdução
Para os adolescentes, é preciso cautela ao aplicar gráficos transversais. O crescimento durante a adolescência está ligado temporalmente ao inicio da puberdade, que varia amplamente. Como utilizam dados transversais baseados na idade cronológica, os gráficos combinam jovens em diferentes estados de maturação. As variações normais no ritmo do estirão de crescimento podem levar ao diagnóstico errado de crescimento anormal. Recomenda-se, portanto a utilização de gráficos de velocidade de crescimento que avaliam os dados de forma longitudinal.
Hormônios envolvidos no crescimento físico
GH: o hormônio do crescimento também chamado de hormônio somatotrópico é uma pequena molécula de proteína que contém 191 aminoácidos numa única cadeia e apresenta peso molecular de 22005. Ele provoca o crescimento de quase todos os tecidos do corpo que são capazes de crescer. Promove não só o aumento do tamanho da célula, mas também o numero de mitoses. O crescimento esquelético é possível devido à ação precisa do GH em promover: 1) aumento da deposição de proteínas pelas células osteogênicas e condrocíticas que causam o crescimento ósseo, 2) aumento da taxa de reprodução dessas células, e 3) um efeito progressivo de conversão de condrócitos em células osteogênicas, causando assim a deposição de osso novo.
Existem dois mecanismos básicos de crescimento ósseo: 1) os ossos longos crescem em comprimento na cartilagem epifisária em resposta ao GH e durante a adolescência e 2) os ossos crescem em espessura também sob o estimulo do GH com duração superior ao período da adolescência.
IGFs: descobriu-se, no entanto, que o GH quando individualizado apresenta pouco efeito sobre o crescimento ósseo. Descobriu-se então que este hormônio leva o fígado (e, numa extensão muito menor outros tecidos) a formar diversas pequenas proteínas chamadas de somatomedinas, que apresentam o efeito potente de aumentar todos os aspectos do crescimento ósseo. A mais importante de todas essas somatomedinas é o IGF-1.
O GH apresenta uma ligação fraca com as proteínas plasmáticas no sangue. Consequentemente ele é rapidamente liberado do sangue para os tecidos, apresentando uma meia-vida no sangue inferior a 20 minutos. Em contraste o IGF-1 apresenta uma ligação forte com uma proteína transportadora no sangue que à semelhança do IGF-1 é produzida sob o estimulo do GH. Essa ligação forte mantém os efeitos do IGF-1 por varias horas.
Estrogênio: estudos recentes mostram que o estrogênio é o fator mais importante para a estimulação da maturação de condrócitos e osteoblastos, que por fim levam ao fechamento das epífises. Pacientes com deficiência na produção de aromatase e, portanto, com menos conversão de testosterona em estrogênio mostram progressão lenta da idade óssea e diminuição da idade óssea, alem de crescimento contínuo até a terceira década de vida.
Parâmetros de avaliação do crescimento
·         Idade óssea (IO): é o principal critério para a avaliação da maturidade física através do crescimento e do desenvolvimento ósseo, acompanhados por radiografia de mão e punho. Métodos utilizados:
Ø  Greulich e Pyle (mais utilizado)
Ø  RUS
Ambos os métodos analisam as mudanças ósseas e as relacionam com a idade. A idade óssea fornece algumas informações mais precisas com relação ao grau de desenvolvimento do que as obtidas unicamente pelos dados antropométricos.
A vantagem do método estaria em cobrir o período desde o nascimento até o fim da puberdade, alem de ter uma relação mais estreita com a aceleração no crescimento e menarca. A puberdade se inicia com uma IO de 8,5 a 10 anos enquanto que a menarca se associa a uma IO de 13,5 a 14 anos.
·         Percentil / escore Z


GRÁFICOS UTILIZADOS NO SUS PARA A ADOLESCENTE






GRÁFICOS UTILIZADOS NO SUS PARA O ADOLESCENTE




·         Velocidade de crescimento: velocidade de crescimento traduz em altura ganha em determinado intervalo de tempo.
Ø  2 anos até a puberdade o crescimento é de aproximadamente 5 a 7cm/ano
Ø  Na puberdade 9cm/ano para a menina e 10cm/ano menino.
Recomenda-se que o calculo seja feito com no mínimo três meses de intervalo. O cálculo é feito com o tempo decimalizado; assim, três meses equivale a ¼ do ano. Se nesse período uma criança de 4 anos teve um crescimento de 1,5 cm dividindo-se esse ganho por ¼ tem-se 6cm/ano dentro do esperado para a idade.
·         Alvo parental: outro aspecto importante na avaliação clínica do paciente com queixa de problema de crescimento é a determinação do alvo parental. Este conceito é muito relevante, pois relativiza a altura da criança à altura dos pais. Deve-se medir a altura dos pais, pois este dado quando obtidos por informação dos mesmos pode estar errado.



Obs. Se duas crianças com a mesma idade cronológica e mesma estatura apresentam IO diferentes, por exemplo, uma com um ano a mais e outra com um ano a menos, isso significa que a que apresentar a idade óssea atrasada irá iniciar a puberdade mais tarde e que terá maior possibilidade de atingir a adultícia mais alta.



Associação da maturação sexual X parâmetros para avaliação do crescimento




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UNIFENAS RESUMIDA





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