GT3:
Avaliação do crescimento do adolescente
Autor: João Maximiano
Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH
Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH
Introdução
Para
os adolescentes, é preciso cautela ao aplicar gráficos transversais. O crescimento
durante a adolescência está ligado temporalmente ao inicio da puberdade, que
varia amplamente. Como utilizam dados transversais baseados na idade
cronológica, os gráficos combinam jovens em diferentes estados de maturação. As
variações normais no ritmo do estirão de crescimento podem levar ao diagnóstico
errado de crescimento anormal. Recomenda-se, portanto a utilização de gráficos
de velocidade de crescimento que avaliam os dados de forma longitudinal.
Hormônios envolvidos no crescimento
físico
GH: o hormônio do
crescimento também chamado de hormônio somatotrópico é uma pequena molécula de
proteína que contém 191 aminoácidos numa única cadeia e apresenta peso
molecular de 22005. Ele provoca o crescimento de quase todos os tecidos do
corpo que são capazes de crescer. Promove não só o aumento do tamanho da célula,
mas também o numero de mitoses. O crescimento esquelético é possível devido à
ação precisa do GH em promover: 1) aumento da deposição de proteínas pelas
células osteogênicas e condrocíticas que causam o crescimento ósseo, 2) aumento
da taxa de reprodução dessas células, e 3) um efeito progressivo de conversão
de condrócitos em células osteogênicas, causando assim a deposição de osso
novo.
Existem
dois mecanismos básicos de crescimento ósseo: 1) os ossos longos crescem em
comprimento na cartilagem epifisária em resposta ao GH e durante a adolescência
e 2) os ossos crescem em espessura também sob o estimulo do GH com duração
superior ao período da adolescência.
IGFs: descobriu-se, no
entanto, que o GH quando individualizado apresenta pouco efeito sobre o
crescimento ósseo. Descobriu-se então que este hormônio leva o fígado (e, numa
extensão muito menor outros tecidos) a formar diversas pequenas proteínas
chamadas de somatomedinas, que apresentam o efeito potente de aumentar todos os
aspectos do crescimento ósseo. A mais importante de todas essas somatomedinas é
o IGF-1.
O GH
apresenta uma ligação fraca com as proteínas plasmáticas no sangue.
Consequentemente ele é rapidamente liberado do sangue para os tecidos,
apresentando uma meia-vida no sangue inferior a 20 minutos. Em contraste o
IGF-1 apresenta uma ligação forte com uma proteína transportadora no sangue que
à semelhança do IGF-1 é produzida sob o estimulo do GH. Essa ligação forte
mantém os efeitos do IGF-1 por varias horas.
Estrogênio: estudos
recentes mostram que o estrogênio é o fator mais importante para a estimulação
da maturação de condrócitos e osteoblastos, que por fim levam ao fechamento das
epífises. Pacientes com deficiência na produção de aromatase e, portanto, com
menos conversão de testosterona em estrogênio mostram progressão lenta da idade
óssea e diminuição da idade óssea, alem de crescimento contínuo até a terceira
década de vida.
Parâmetros de avaliação do crescimento
·
Idade
óssea (IO): é o principal critério para a avaliação da
maturidade física através do crescimento e do desenvolvimento ósseo,
acompanhados por radiografia de mão e punho. Métodos utilizados:
Ø Greulich
e Pyle (mais utilizado)
Ø RUS
Ambos
os métodos analisam as mudanças ósseas e as relacionam com a idade. A idade
óssea fornece algumas informações mais precisas com relação ao grau de
desenvolvimento do que as obtidas unicamente pelos dados antropométricos.
A
vantagem do método estaria em cobrir o período desde o nascimento até o fim da
puberdade, alem de ter uma relação mais estreita com a aceleração no
crescimento e menarca. A puberdade se inicia com uma IO de 8,5 a 10 anos enquanto que a menarca se associa a uma IO de 13,5 a 14 anos.
·
Percentil
/ escore Z
GRÁFICOS UTILIZADOS NO SUS PARA A
ADOLESCENTE
GRÁFICOS UTILIZADOS NO SUS PARA O
ADOLESCENTE
·
Velocidade
de crescimento: velocidade de crescimento traduz em altura
ganha em determinado intervalo de tempo.
Ø 2
anos até a puberdade o crescimento é de aproximadamente 5 a 7cm/ano
Ø Na
puberdade 9cm/ano para a menina e 10cm/ano menino.
Recomenda-se
que o calculo seja feito com no mínimo três meses de intervalo. O cálculo é
feito com o tempo decimalizado; assim, três meses equivale a ¼ do ano. Se nesse
período uma criança de 4 anos teve um crescimento de 1,5 cm dividindo-se esse ganho
por ¼ tem-se 6cm/ano dentro do esperado para a idade.
·
Alvo
parental: outro aspecto importante na avaliação clínica do paciente
com queixa de problema de crescimento é a determinação do alvo parental. Este
conceito é muito relevante, pois relativiza a altura da criança à altura dos
pais. Deve-se medir a altura dos pais, pois este dado quando obtidos por
informação dos mesmos pode estar errado.
Obs.
Se
duas crianças com a mesma idade cronológica e mesma estatura apresentam IO
diferentes, por exemplo, uma com um ano a mais e outra com um ano a menos, isso
significa que a que apresentar a idade óssea atrasada irá iniciar a puberdade
mais tarde e que terá maior possibilidade de atingir a adultícia mais alta.
Associação da maturação sexual X
parâmetros para avaliação do crescimento
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UNIFENAS RESUMIDA
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