Seminário
1: Biotransformação dos fármacos
Autor: João Maximiano
Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH
Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH
Conceito
Consiste
na metabolização do fármaco pelo organismo gerando metabólitos mais polares,
inativos que são rapidamente excretados pelo corpo. No entanto, em alguns
casos, são gerados metabólitos com atividade biológica potente ou propriedades
tóxicas. Geralmente estas reações ocorrem na esfera hepática mais precisamente
no reticulo endoplasmático liso (REL) que possuí enzimas transformadoras do
fármaco.
Importância
A
principal importância da biotransformação é a inativação de um composto ativo
que está modificando o organismo. Porém, alguns fármacos podem ser
administrados na forma inativa (pró-farmacos) e serem ativados no processo de
biotransformação.
Uma
importância secundária é transformar fármacos em substâncias mais polares
facilitando sua eliminação renal.
Reações envolvidas na biotransformação
As
reações de biotransformação dos fármacos são classificadas em reações
funcionais de fase 1 ou reações biossintéticas (conjugação) de fase 2.
·
Reações
de fase 1: as reações de fase 1 introduzem ou expõe um
grupo funcional no fármaco parental. Geralmente essas reações levam a perda da
atividade farmacológica, embora haja exemplos de aumento da atividade.
Normalmente os produtos resultantes desta reação são produtos hidroxilados. As
reações de fase 1 necessitam indiscutivelmente da presença de enzimas
denominadas citocromo P450 (CyP450) sendo as mais importantes a CyP1, CyP2 e
CyP3. Estas reações dependem ainda da presença de um doador de elétrons
representado pelo NADPH derivado principalmente do ciclo do ácido cítrico. Veja
a reação molde abaixo:
·
Reações
de fase 2: levam a formação de uma ligação covalente
entre um grupo funcional no fármaco ou metabólito de fase 1 com:
Ø Ácido
glicurônico
Ø Sulfato
Ø Glultationa
Ø Aminoácidos
Ø Acetatos
endógenos
Tais
conjugados geralmente altamente polares em geral são inativos e rapidamente
excretados.
Local da biotransformação
Qualquer
tecido examinado possui a capacidade de biotransformação. No entanto, o
principal órgão responsável por este processo é o fígado e em segundo plano
trato digestivo, rins e pulmões. Os processos enzimáticos envolvidos nas
reações de fase 1 são metabolizados principalmente no REL e os de fase 2
principalmente no citosol.
Fatores que alteram o
metabolismo dos fármacos (aspectos clínicos)
·
Variação
genética: Em um numero crescente de enzimas relacionadas ao
metabolismo de fármacos foi identificada variações alélicas com atividades
catalíticas diferentes da forma selvagem. Isso pode consequentemente alterar a
quantidade de fármaco metabolizada em indivíduos diferentes.
·
Determinantes
ambientais: a atividade da maioria das enzimas que
metabolizam os fármacos pode ser modulada pela exposição a certos compostos
exógenos. Em alguns casos pode tratar-se de um fármaco que quando administrado
com outro leva a interação medicamentosa. Alem disso, os micronutrientes da
dieta e outros fatores ambientais podem fazer modulação positiva ou negativa
das enzimas, denominadas indução e inibição.
Inibição:
a
inibição das enzimas que metabolizam os fármacos podem levar ao aumento da
concentração plasmática do fármaco parental e a redução dos metabólitos,
efeitos farmacológicos exagerados ou prolongados, alem do aumento da
probabilidade da ocorrência de toxicidade farmacológica.
Indução: no
caso de fármacos que são inativados durante a metabolização ocorrerá uma
diminuição dos efeitos do fármaco. No caso de pró-farmacos ocorrerá uma
exarcebação dos efeitos.
· Fatores mórbidos: um
comprometimento no metabolismo dos fármacos pode estar presente quando ocorrer
uma disfunção hepática devido, por exemplo, a: hepatite, cirrose hepática,
cirrose biliar, esteatose hepática e hepatocarcinomas.
Biodisponibilidade (F)
Corresponde
à quantidade de fármaco inalterado que alcança a corrente sanguínea após a
absorção e o fenômeno da primeira passagem. Tal biodisponibilidade é, portanto determinada
pela quantidade de fármaco metabolizada e pela qualidade do fármaco
administrado. É descrito entre 0 -1 ou de 0 a 100%.
Lei dos genéricos (9787/99)
Compromisso
público em garantir qualidade do medicamento e acesso aos mesmos pela população.
Genérico: medicamento
de qualidade garantida reconhecida por testes reconhecidos pelo governo. Comprovado
que é uma cópia fiel do medicamento de referência comparando-se sua
biodisponibilidade, segurança e eficácia com o medicamento de referência em
voluntários. Caso sejam iguais são bioequivalentes.
Medicamento de referência: é
aquele medicamento que deteve a patente, pois descobriu as propriedades do
fármaco.
Medicamento similar: medicamentos
semelhantes ao medicamento original, no entanto, que não passaram por testes de
biodisponibilidade e de bioequivalência.
UNIFENAS RESUMIDA
excelente
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