quarta-feira, 22 de agosto de 2012

SEMINÁRIO 1: BIOTRANSFORMAÇÃO


Seminário 1: Biotransformação dos fármacos


Autor: João Maximiano

Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH



Conceito
Consiste na metabolização do fármaco pelo organismo gerando metabólitos mais polares, inativos que são rapidamente excretados pelo corpo. No entanto, em alguns casos, são gerados metabólitos com atividade biológica potente ou propriedades tóxicas. Geralmente estas reações ocorrem na esfera hepática mais precisamente no reticulo endoplasmático liso (REL) que possuí enzimas transformadoras do fármaco.
Importância
A principal importância da biotransformação é a inativação de um composto ativo que está modificando o organismo. Porém, alguns fármacos podem ser administrados na forma inativa (pró-farmacos) e serem ativados no processo de biotransformação.
Uma importância secundária é transformar fármacos em substâncias mais polares facilitando sua eliminação renal.
Reações envolvidas na biotransformação
As reações de biotransformação dos fármacos são classificadas em reações funcionais de fase 1 ou reações biossintéticas (conjugação) de fase 2.
·         Reações de fase 1: as reações de fase 1 introduzem ou expõe um grupo funcional no fármaco parental. Geralmente essas reações levam a perda da atividade farmacológica, embora haja exemplos de aumento da atividade. Normalmente os produtos resultantes desta reação são produtos hidroxilados. As reações de fase 1 necessitam indiscutivelmente da presença de enzimas denominadas citocromo P450 (CyP450) sendo as mais importantes a CyP1, CyP2 e CyP3. Estas reações dependem ainda da presença de um doador de elétrons representado pelo NADPH derivado principalmente do ciclo do ácido cítrico. Veja a reação molde abaixo: 









·         Reações de fase 2: levam a formação de uma ligação covalente entre um grupo funcional no fármaco ou metabólito de fase 1 com:
Ø  Ácido glicurônico
Ø  Sulfato
Ø  Glultationa
Ø  Aminoácidos
Ø  Acetatos endógenos
Tais conjugados geralmente altamente polares em geral são inativos e rapidamente excretados.
Local da biotransformação
Qualquer tecido examinado possui a capacidade de biotransformação. No entanto, o principal órgão responsável por este processo é o fígado e em segundo plano trato digestivo, rins e pulmões. Os processos enzimáticos envolvidos nas reações de fase 1 são metabolizados principalmente no REL e os de fase 2 principalmente no citosol.
Fatores que alteram o metabolismo dos fármacos (aspectos clínicos)
·         Variação genética: Em um numero crescente de enzimas relacionadas ao metabolismo de fármacos foi identificada variações alélicas com atividades catalíticas diferentes da forma selvagem. Isso pode consequentemente alterar a quantidade de fármaco metabolizada em indivíduos diferentes.
·         Determinantes ambientais: a atividade da maioria das enzimas que metabolizam os fármacos pode ser modulada pela exposição a certos compostos exógenos. Em alguns casos pode tratar-se de um fármaco que quando administrado com outro leva a interação medicamentosa. Alem disso, os micronutrientes da dieta e outros fatores ambientais podem fazer modulação positiva ou negativa das enzimas, denominadas indução e inibição.
Inibição: a inibição das enzimas que metabolizam os fármacos podem levar ao aumento da concentração plasmática do fármaco parental e a redução dos metabólitos, efeitos farmacológicos exagerados ou prolongados, alem do aumento da probabilidade da ocorrência de toxicidade farmacológica.
Indução: no caso de fármacos que são inativados durante a metabolização ocorrerá uma diminuição dos efeitos do fármaco. No caso de pró-farmacos ocorrerá uma exarcebação dos efeitos.  
·      Fatores mórbidos: um comprometimento no metabolismo dos fármacos pode estar presente quando ocorrer uma disfunção hepática devido, por exemplo, a: hepatite, cirrose hepática, cirrose biliar, esteatose hepática e hepatocarcinomas.
Biodisponibilidade (F)
Corresponde à quantidade de fármaco inalterado que alcança a corrente sanguínea após a absorção e o fenômeno da primeira passagem. Tal biodisponibilidade é, portanto determinada pela quantidade de fármaco metabolizada e pela qualidade do fármaco administrado. É descrito entre 0 -1 ou de 0 a 100%.
Lei dos genéricos (9787/99)
Compromisso público em garantir qualidade do medicamento e acesso aos mesmos pela população.
Genérico: medicamento de qualidade garantida reconhecida por testes reconhecidos pelo governo. Comprovado que é uma cópia fiel do medicamento de referência comparando-se sua biodisponibilidade, segurança e eficácia com o medicamento de referência em voluntários. Caso sejam iguais são bioequivalentes.
Medicamento de referência: é aquele medicamento que deteve a patente, pois descobriu as propriedades do fármaco.
Medicamento similar: medicamentos semelhantes ao medicamento original, no entanto, que não passaram por testes de biodisponibilidade e de bioequivalência.


UNIFENAS 
RESUMIDA

Um comentário:

comenta ai vai!!