quarta-feira, 22 de agosto de 2012

SEMINÁRIO 2: ELIMINAÇÃO FARMACOS


Seminário 2:  Eliminação dos fármacos


Autor: João Maximiano

Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH

1)    Vias de excreção dos fármacos
Os fármacos são eliminados do organismo inalterados pelo processo de excreção ou convertidos em metabólitos. Os órgãos excretores, com exceção do pulmão, eliminam os compostos polares de modo mais eficiente que as substâncias altamente lipossolúveis. Desse modo a eliminação dos fármacos em sua maioria só é bem sucedida quando o mesmo é metabolizado em compostos mais polares.
·         Rim: é o principal órgão de excreção dos fármacos e seus metabólitos.
·         Fezes: as substâncias excretadas por essa via são principalmente: 1) fármacos não-absorvidos ingeridos por via oral ou 2) metabólitos excretados na bile ou secretados diretamente para o trato intestinal e seguidamente não reabsorvidos.
·         Leite materno: pode ocasionar efeitos indesejados no lactente.
·         Excreção pulmonar: importante principalmente na eliminação de gases anestésicos e vapores.
2)    Processos de excreção renal dos fármacos
A excreção de fármacos e metabólitos na urina envolve três processos: 1) filtração glomerular, 2)secreção tubular ativa e 3) reabsorção tubular passiva.
A quantidade de fármaco que entra na luz do túbulo depende da taxa de filtração glomerular que, por sua vez, depende da extensão de ligação plasmática do fármaco sendo que apenas os fármacos livres são filtrados.
Nos túbulos proximal e distal as formas não ionizadas de ácidos e bases fracos sofrem reabsorção passiva. Isso fica claro se considerarmos que formas ionizadas apresentam polaridade mais acentuada que seu inverso sendo, portanto, mais facilmente eliminadas. Dessa forma a seguinte dinâmica pode ser estabelecida:
·         Quando o pH da urina se torna mais alcalino ocorrerá maior ionização dos ácidos fracos diminuindo a reabsorção passiva e facilitando a excreção. Quando a urina se torna mais ácida ocorre uma diminuição na excreção de ácidos fracos.
·         Quando o pH da urina se torna mais ácido ocorrerá maior ionização das bases fracas diminuindo sua reabsorção passiva e facilitando sua excreção.
Inferência clínica: no tratamento da intoxicação farmacológica, a excreção de alguns fármacos pode ser apressada por uma alcalinização ou acidificação da urina.
Ø  Clearence ou depuração (Cl): é a depuração do fármaco do sangue a partir do órgão que o elimina. O Cl mede o volume do plasma que fica livre do fármaco em determinado tempo.



Ø  Constante de eliminação (Kel): corresponde à tendência individual que cada fármaco possuí de ser eliminado e possui, portanto relação inversa com a meia-vida de eliminação (T).



Ø  Meia-vida de eliminação (T1/2): é o tempo necessário para as concentrações plasmáticas ou a quantidade de fármaco no corpo serem reduzidas em 50%.
3)    Circulação entero-hepática
Sistemas de transporte semelhantes aos dos rins também estão presentes na membrana canalicular do hepatócito e secretam ativamente fármacos e metabólitos diretamente na luz intestinal através da bile. A membrana intestinal, por sua vez, também pode permitir a reabsorção do fármaco direto para a corrente sanguínea. Essa reciclagem enterohepática, se extensa, pode prolongar significadamente a presença de um fármaco e seus efeitos no corpo antes de sua eliminação por outras vias.
4)    Elaboração de esquemas posológicos
a)    Flutuações sanguíneas dos fármacos: corresponde a variações na concentração do medicamento circulante no organismo em função do tempo.
b)   Índice terapêutico (IP): corresponde à margem de segurança estimulada após comparação da razão concentração terapêutica máxima/concentração terapêutica mínima. Quando maior o IP maior será a margem de segurança para trabalhar com a droga.
c)    Concentração no estado estacionário: administrando-se, em um mesmo intervalo de tempo, a mesma quantidade de droga após aproximadamente 5 a 6 meias-vidas a flutuação da droga no sangue irá estacionar dentro da concentração terapêutica.
a)    Dose de ataque: corresponde a uma ou uma série de doses que podem ser administradas no inicio do tratamento com intuito de alcançar rapidamente a concentração alvo.
a)    Dose de manutenção: na maioria das situações clínicas, os fármacos são administrados em uma série de doses repetidas ou em infusão contínua para manter o estado de equilíbrio da concentração de fármaco associado à janela terapêutica. Desse modo, o cálculo da dose de manutenção adequada é um objetivo primário. Para manter o estado de equilíbrio escolhido, ou concentração-alvo, a taxa de administração do fármaco é ajustado de modo que a taxa de entrada seja igual à taxa de perda.


UNIFENAS RESUMIDA




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