Seminário
2: Eliminação dos fármacos
Autor: João Maximiano
Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH
Faculdade de ciências médicas UNIFENAS-BH
1)
Vias
de excreção dos fármacos
Os
fármacos são eliminados do organismo inalterados pelo processo de excreção ou
convertidos em metabólitos. Os órgãos excretores, com exceção do pulmão,
eliminam os compostos polares de modo mais eficiente que as substâncias
altamente lipossolúveis. Desse modo a eliminação dos fármacos em sua maioria só
é bem sucedida quando o mesmo é metabolizado em compostos mais polares.
·
Rim:
é
o principal órgão de excreção dos fármacos e seus metabólitos.
·
Fezes: as
substâncias excretadas por essa via são principalmente: 1) fármacos
não-absorvidos ingeridos por via oral ou 2) metabólitos excretados na bile ou
secretados diretamente para o trato intestinal e seguidamente não reabsorvidos.
·
Leite
materno: pode ocasionar efeitos indesejados no lactente.
·
Excreção
pulmonar: importante principalmente na eliminação de gases
anestésicos e vapores.
2) Processos de excreção renal dos fármacos
A
excreção de fármacos e metabólitos na urina envolve três processos: 1)
filtração glomerular, 2)secreção tubular ativa e 3) reabsorção tubular passiva.
A
quantidade de fármaco que entra na luz do túbulo depende da taxa de filtração
glomerular que, por sua vez, depende da extensão de ligação plasmática do
fármaco sendo que apenas os fármacos livres são filtrados.
Nos
túbulos proximal e distal as formas não ionizadas de ácidos e bases fracos
sofrem reabsorção passiva. Isso fica claro se considerarmos que formas
ionizadas apresentam polaridade mais acentuada que seu inverso sendo, portanto,
mais facilmente eliminadas. Dessa forma a seguinte dinâmica pode ser
estabelecida:
·
Quando o pH da urina se torna mais alcalino
ocorrerá maior ionização dos ácidos fracos diminuindo a reabsorção passiva e
facilitando a excreção. Quando a urina se torna mais ácida ocorre uma
diminuição na excreção de ácidos fracos.
·
Quando o pH da urina se torna mais ácido
ocorrerá maior ionização das bases fracas diminuindo sua reabsorção passiva e
facilitando sua excreção.
Inferência clínica: no
tratamento da intoxicação farmacológica, a excreção de alguns fármacos pode ser
apressada por uma alcalinização ou acidificação da urina.
Ø Clearence ou depuração (Cl): é a
depuração do fármaco do sangue a partir do órgão que o elimina. O Cl mede o
volume do plasma que fica livre do fármaco em determinado tempo.
Ø Constante de eliminação (Kel): corresponde
à tendência individual que cada fármaco possuí de ser eliminado e possui, portanto
relação inversa com a meia-vida de eliminação (T).
Ø Meia-vida de eliminação (T1/2):
é
o tempo necessário para as concentrações plasmáticas ou a quantidade de fármaco
no corpo serem reduzidas em 50%.
3)
Circulação
entero-hepática
Sistemas
de transporte semelhantes aos dos rins também estão presentes na membrana
canalicular do hepatócito e secretam ativamente fármacos e metabólitos
diretamente na luz intestinal através da bile. A membrana intestinal, por sua
vez, também pode permitir a reabsorção do fármaco direto para a corrente
sanguínea. Essa reciclagem enterohepática, se extensa, pode prolongar
significadamente a presença de um fármaco e seus efeitos no corpo antes de sua
eliminação por outras vias.
4)
Elaboração
de esquemas posológicos
a)
Flutuações
sanguíneas dos fármacos: corresponde a variações na concentração do
medicamento circulante no organismo em função do tempo.
b)
Índice
terapêutico (IP): corresponde à margem de segurança estimulada
após comparação da razão concentração terapêutica máxima/concentração
terapêutica mínima. Quando maior o IP maior será a margem de segurança para
trabalhar com a droga.
c)
Concentração
no estado estacionário: administrando-se, em um mesmo intervalo
de tempo, a mesma quantidade de droga após aproximadamente 5 a 6 meias-vidas a
flutuação da droga no sangue irá estacionar dentro da concentração terapêutica.
a)
Dose
de ataque: corresponde a uma ou uma série de doses que
podem ser administradas no inicio do tratamento com intuito de alcançar rapidamente
a concentração alvo.
a)
Dose
de manutenção: na maioria das situações clínicas, os
fármacos são administrados em uma série de doses repetidas ou em infusão
contínua para manter o estado de equilíbrio da concentração de fármaco
associado à janela terapêutica. Desse modo, o cálculo da dose de manutenção
adequada é um objetivo primário. Para manter o estado de equilíbrio escolhido,
ou concentração-alvo, a taxa de administração do fármaco é ajustado de modo que
a taxa de entrada seja igual à taxa de perda.
UNIFENAS RESUMIDA
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