quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CLIMATERIO


Faculdade de ciências médicas - UNIFENAS-BH

João Maximiano

Climatério


Conceito
O climatério constitui período de transição entre a menacme (período reprodutivo) para a senectude (período não reprodutivo), caracterizado pela redução fisiológica da função ovariana, alterações endócrinas, somáticas e psíquicas.
O termo síndrome climatérica, por sua vez, é o conjunto de sintomas que são atribuíveis à insuficiência ovariana progressiva. Cabe ressaltar que o climatério é em alguns casos assintomático.
A menopausa significa a ultima menstruação. Constituindo, portanto apenas um momento do climatério. O diagnóstico clínico da menopausa é feito de forma retrospectiva, isto é, quando a amenorreia atinge 12 ou mais meses.
Recentemente conforme orientação da sociedade americana de medicina reprodutiva (ASRM), os estágios de senescência reprodutiva foram renomeados e classificados de acordo conforme o padrão menstrual e os níveis de FSH.
De acordo com essa classificação temos os seguintes significados:
·         Menopausa: suspensão permanente das menstruações, resultante da perda da função ovariana. (numero 0 na tabela)
·         Perimenopausa: período imediatamente anterior à menopausa, quando os eventos endocrinológicos, biológicos e clínicos da menopausa iniciam-se, estendendo-se até um ano após a menopausa. (numero  -2 até à letra a na tabela).
·         Pós-menopausa: começa um ano após a ultima menstruação.
Valores de referência aproximados:
·         Climatério: normalmente começa por volta dos 40 anos com duração aproximada de 15 a 20 anos.
·         Menopausa: a média de idade no Brasil é de 48 anos sendo que, quando ocorre espontaneamente antes dos 40 anos é considerada falência ovariana prematura (FOP).
Fatores que influenciam na idade do climatério e da menarca
Ø  Raça
Ø  Clima
Ø  Hereditariedade
Ø  Nutrição
Ø  Saúde geral
Ø  Situação socioeconômica
Ø  Tabagismo (antecipa a menopausa em 1,5 anos)
Endocrinologia e fisiopatologia
De maneira semelhante ao que ocorre na puberdade podemos descrever os eventos que ocorrem na transição menopausal. Tudo se resume à um desequilíbrio no eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
Por volta de 37-38 anos de idade, o processo de atresia folicular acelera, de modo que, na menopausa o ovário apresenta cerca de 1000 folículos. Cerca de oito a 10 anos antes da menopausa, a duração dos ciclos aumenta assim como a prevalência dos ciclos anovulatórios.



As alterações hormonais que precedem a menopausa caracterizam-se pela elevação nos níveis de FSH com LH normal, redução da inibina e estradiol discretamente aumentado. As alterações hormonais observadas nesse período são decorrentes do declínio da população folicular assim como da reduzida qualidade dos folículos restantes. Adicional à baixa produção de estrogênio ocorre uma baixa produção de inibina que potencializará a secreção de FSH, portanto o aumento significativo de FSH associado à baixa de inibina é um importante indício de que está ocorrendo a transição menopausal.
Após a menopausa o principal estrogênio a ser produzido será a estrona, que é produzida a partir da androstenediona produzida pelas suprarrenais. Antes da menopausa o principal estrogênio era o 17β-estradiol responsável pelas características sexuais femininas secundárias.
Particularidades de mulheres obesas:
Nestas mulheres o nível de estrogênio está anormalmente elevado, uma vez que, grande parte do androgênio é aromatizada no tecido adiposo periférico e somado a isso estas mulheres produzem quantidade menos de globulina carreadora de esteróides sexuais.
Sinais e sintomas no período do climatério
As principais queixas no período do climatério estão relacionadas ao hipoestrogenismo. Embora muitos sintomas sejam atribuídos à falência ovariana observada no climatério apenas os sintomas vasomotores e a atrofia urogenital estão consistentemente associados aos eventos hormonais do climatério.
a)    Alterações menstruais: irregularidade menstrual antecede a menopausa. Ciclos ovulatórios podem se alternar com ciclos anovulatórios e observa-se encurtamento da fase folicular. O estimulo estrogênico sem a oposição da progesterona resulta em estimulação insuficiente para manter o endométrio, resultando em sangramento.
b)   Sintomas vasomotores: os fogachos são os sintomas de instabilidade vasomotora mais comumente observados no climatério. São descritos como “ondas de calor” que duram de alguns poucos segundos a poucos minutos. Aparecem geralmente após a menopausa, mas podem também ocorrerem na pré-menopausa. A causa está relacionada à alterações do centro termorregulador hipotalâmico decorrentes da insuficiência estrogênica.
c)    Sintomas urogenitais: o trato genital, o assoalho pélvico e o trato urinário apresentam origem embriológica comum e possuem receptores para estrogênio e, portanto, são sensíveis ao efeito de sua privação.
Cerca de 10 anos após a última menstruação costuma ocorrer atrofia urogenital.
A secura vaginal associa-se à menopausa e se torna mais comum no período pós-menopausa tardio. Ocorre atrofia da mucosa vaginal que pode ser acompanhada de vaginite, prurido, dispareunia (perda do libido) e estenose.
A susceptibilidade à infecções está aumentada muito em parte por conta do aumento do pH vaginal.
Pode ocorrer também síndrome uretral (manifestações urinárias diversas como poliúria e urgência miccional e dor no abdome inferior).
d)    Alterações da pele: a baixa de estrogênio acarreta uma queda na produção de fibras elásticas e alterações do colágeno e da espessura da pele.
·         Esta vai adquirindo um aspecto envelhecido, com perda hidratação, textura, elasticidade e brilho, tornando-se enrugada.
·         A ocorrência de hematomas cutâneos, dermatites e irritações aumentam.
·         As unhas ficam mais frágeis e ressecadas.
·         Os cabelos ficam mais finos e com distribuição esparsa.
·         Desenvolvimento de leve hirsutismo resultante do desequilíbrio estrogênio-androgênio.

e)    Osteoporose: o estrogênio circulante tem efeito protetor sobre o osso e observa-se um aumento na prevalência de osteoporose na pós-menopausa. As medidas gerais recomendadas para a prevenção da osteoporose são dieta rica em cálcio e vitamina D.


Um comentário:

comenta ai vai!!