quinta-feira, 22 de novembro de 2012

RASTREAMENTO NEOPLASIAS


FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - UNIFENAS-BH

JOÃO MAXIMIANO

RASTREAMENTO DE NEOPLASIAS




Rastreamento de câncer de colo de útero
a)    Importância de se rastrear

1)    É o segundo mais incidente na população feminina brasileira
2)    Representa a quarta causa de mortes por câncer em mulheres
3)    A incidência e a mortalidade podem reduzir por meio de programas organizados de rastreamento.

b)   Quando é importante o exame: deve ser disponibilizado às mulheres com vida sexualmente ativa, prioritariamente aquelas na faixa etária de 25 a 59 anos, definida como a população alvo. Nessa faixa etária ocorre a maior numero de lesões pré-malignas. Abaixo de 25 anos prevalecem apenas as de baixo grau que normalmente regredirão espontaneamente devendo apenas serem observadas. A continuidade do exame após os 60 anos deve ser individualizada, e após os 65 anos deve ser interrompidas os últimos exames estiverem normais.

c)    Recomendações
1)    Mulheres sexualmente ativas e que tenham o cérvix
2)    Recomenda-se contra o rastreamento mulheres < 65 anos que tiverem um Papanicolau normal.
3)    Recomenda-se contra o rastreamento mulheres que fizeram histerectomia total.

d)   Intervalo do Papanicolau: deve ser realizado a cada três anos, após dois exames normais consecutivos no intervalo de um ano. No caso de mulheres imunodeprimidas ou portadoras do vírus HIV o exame deverá ser anual.
e)    Interpretação do resultado: ver página 70 e 71 da referência.


Rastreamento do câncer de mama
a)    Importância de se rastrear

1)    Quando identificado nos estágios iniciais (lesões < 2cm de diâmetro), apresenta prognóstico mais favorável e a cura pode chegar a 100%.
2)    Estima-se que 25 a 30% das mortes por câncer de mama na população entre 50 e 69 anos podem ser evitadas com estratégias de rastreamento populacional.

b)   Quando é importante o exame: o risco aumenta com idade devendo o rastreamento ser centrado na população de maior risco.
População-alvo
Periodicidade dos exames
40 a 49 anos
ECM anual e, se estiver alterado, mamografia
50 a 69 anos
ECM anual e mamografia de 2 em 2 anos
≥ 35 anos com risco elevado
ECM e mamografia anual

c)    Recomendações

1)    Rastreamento bianual por meio de mamografia para mulheres entre 50 e 74 anos
2)    O rastreamento antes dos 50 anos deve ser individualizado sendo necessário a análise dos benefícios e malefícios.

d)   Interpretação do resultado: é recomendável que o resultado do exame clínico seja descrito seguindo as etapas de inspeção visual, palpação das axilas, região supraclavicular e tecido mamário. Pode ser normal ou negativo quando nenhuma anormalidade for detectada ou anormal ou positivo diante de achados como: 1) alterações na cor da pele, 2) retração da pele da mama e/ou do mamilo, feridas nódulos, massas e descarga papilar espontânea.

·         Quando normal a mulher deve ser orientada à seguir a rotina do exame;
·         Quando anormal a investigação diagnóstica deve prosseguir com exames complementares.
Rastreamento do câncer colo-retal
a)    Importância de se rastrear

1)    Encontra-se entre os cinco tipos de câncer mais comuns.
2)    Quando rastreados e tratados podem elevar a sobrevida em 90 % e diminuir a mortalidade.

b)   Quando rastrear: pesquisa de sangue oculto nas fezes a partir dos 50 anos de idade.
c)    Recomendações
Pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia e signoidoscopia, em adultos entre 50 e 75 anos. Os riscos e os benefícios variam conforme o exame de rastreamento.
Recomenda-se contra o rastreamento de rotina na faixa etária entre 76 e 85 anos. Podem haver considerações que suportem o rastreamento desse câncer individualmente.
Recomenda-se contra o rastreamento em paciente com 85 anos ou mais.

Câncer de próstata
a)    Por que não rastrear?
·         O câncer de próstata não é uma doença única, mas sim, um espectro de doenças, variando desde tumores muito agressivos àqueles de crescimento lento que podem causar sintomas ou a morte. Existe uma dificuldade em estratificar a gravidade de cada caso podendo levar a tratamentos invasivos desnecessários
·         O PSA é tecido-específico, mas não tumor-específico. Logo outras condições como o aumento benigno da próstata, prostatite e infecções do trato urinário inferior podem elevar o PSA.
·         20% dos pacientes com câncer de próstata significativo tem valor de PSA normal.
·         Não distingue tumores agressivos de não agressivos.
Critérios para o programa de rastreamento
Para a implantação de programas de rastreamento, o problema clínico a ser rastreado deve atender a alguns critérios, a seguir:
1. A doença deve representar um importante problema de saúde pública que seja relevante para a população, levando em consideração os conceitos de magnitude, transcendência e vulnerabilidade;
2. A história natural da doença ou do problema clínico deve ser bem conhecida;
3. Deve existir estágio pré-clínico (assintomático) bem definido, durante o qual a doença possa ser diagnosticada;
4. O benefício da detecção e do tratamento precoce com o rastreamento deve ser maior do que se a condição fosse tratada no momento habitual de diagnóstico;
5. Os exames que detectam a condição clínica no estágio assintomático devem estar disponíveis, aceitáveis e confiáveis;
6. O custo do rastreamento e tratamento de uma condição clínica deve ser razoável e compatível com o orçamento destinado ao sistema de saúde como um todo;
7. O rastreamento deve ser um processo contínuo e sistemático.

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