FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - UNIFENAS-BH
JOÃO MAXIMIANO
RASTREAMENTO DE NEOPLASIAS
Rastreamento
de câncer de colo de útero
a)
Importância
de se rastrear
1) É o segundo mais incidente na
população feminina brasileira
|
2)
Representa
a quarta causa de mortes por câncer em mulheres
|
3)
A
incidência e a mortalidade podem reduzir por meio de programas organizados de
rastreamento.
|
b)
Quando
é importante o exame: deve ser disponibilizado às mulheres com
vida sexualmente ativa, prioritariamente aquelas na faixa etária de 25 a 59
anos, definida como a população alvo. Nessa faixa etária ocorre a maior numero
de lesões pré-malignas. Abaixo de 25 anos prevalecem apenas as de baixo grau
que normalmente regredirão espontaneamente devendo apenas serem observadas. A
continuidade do exame após os 60 anos deve ser individualizada, e após os 65
anos deve ser interrompidas os últimos exames estiverem normais.
c)
Recomendações
1) Mulheres sexualmente ativas e que
tenham o cérvix
|
2)
Recomenda-se
contra o rastreamento mulheres < 65 anos que tiverem um Papanicolau
normal.
|
3)
Recomenda-se
contra o rastreamento mulheres que fizeram histerectomia total.
|
d)
Intervalo
do Papanicolau: deve ser realizado a cada três anos, após
dois exames normais consecutivos no intervalo de um ano. No caso de mulheres
imunodeprimidas ou portadoras do vírus HIV o exame deverá ser anual.
e)
Interpretação
do resultado: ver
página 70 e 71 da referência.
Rastreamento do câncer de mama
a)
Importância
de se rastrear
1) Quando identificado nos estágios
iniciais (lesões < 2cm de diâmetro), apresenta prognóstico mais favorável
e a cura pode chegar a 100%.
|
2) Estima-se que 25 a 30% das mortes
por câncer de mama na população entre 50 e 69 anos podem ser evitadas com
estratégias de rastreamento populacional.
|
b)
Quando
é importante o exame: o risco aumenta com idade devendo o
rastreamento ser centrado na população de maior risco.
População-alvo
|
Periodicidade
dos exames
|
40 a
49 anos
|
ECM
anual e, se estiver alterado, mamografia
|
50 a
69 anos
|
ECM
anual e mamografia de 2 em 2 anos
|
≥ 35
anos com risco elevado
|
ECM
e mamografia anual
|
c)
Recomendações
1) Rastreamento bianual por meio de
mamografia para mulheres entre 50 e 74 anos
|
2) O rastreamento antes dos 50 anos
deve ser individualizado sendo necessário a análise dos benefícios e
malefícios.
|
d)
Interpretação
do resultado: é recomendável que o resultado do exame
clínico seja descrito seguindo as etapas de inspeção visual, palpação das
axilas, região supraclavicular e tecido mamário. Pode ser normal ou negativo
quando nenhuma anormalidade for detectada ou anormal ou positivo diante de
achados como: 1) alterações na cor da pele, 2) retração da pele da mama e/ou do
mamilo, feridas nódulos, massas e descarga papilar espontânea.
·
Quando normal a mulher deve ser orientada à
seguir a rotina do exame;
·
Quando anormal a investigação diagnóstica
deve prosseguir com exames complementares.
Rastreamento do câncer colo-retal
a)
Importância
de se rastrear
1) Encontra-se entre os cinco tipos de
câncer mais comuns.
|
2) Quando rastreados e tratados podem
elevar a sobrevida em 90 % e diminuir a mortalidade.
|
b)
Quando
rastrear: pesquisa de sangue oculto nas fezes a partir dos 50 anos
de idade.
c)
Recomendações
Pesquisa
de sangue oculto nas fezes, colonoscopia e signoidoscopia, em adultos entre
50 e 75 anos. Os riscos e os benefícios variam conforme o exame de
rastreamento.
|
Recomenda-se
contra o rastreamento de rotina na faixa etária entre 76 e 85 anos. Podem haver
considerações que suportem o rastreamento desse câncer individualmente.
|
Recomenda-se
contra o rastreamento em paciente com 85 anos ou mais.
|
Câncer de próstata
a)
Por
que não rastrear?
·
O câncer de próstata não é uma doença única,
mas sim, um espectro de doenças, variando desde tumores muito agressivos
àqueles de crescimento lento que podem causar sintomas ou a morte. Existe uma
dificuldade em estratificar a gravidade de cada caso podendo levar a
tratamentos invasivos desnecessários
·
O PSA é tecido-específico, mas não
tumor-específico. Logo outras condições como o aumento benigno da próstata,
prostatite e infecções do trato urinário inferior podem elevar o PSA.
·
20% dos pacientes com câncer de próstata
significativo tem valor de PSA normal.
·
Não distingue tumores agressivos de não
agressivos.
Critérios para o programa de
rastreamento
Para a implantação de programas de rastreamento, o problema
clínico a ser rastreado deve atender a alguns critérios, a seguir:
1. A doença deve representar um
importante problema de saúde pública que seja relevante para a população,
levando em consideração os conceitos de magnitude, transcendência e vulnerabilidade;
2. A história natural da doença ou
do problema clínico deve ser bem conhecida;
3. Deve existir estágio pré-clínico
(assintomático) bem definido, durante o qual a doença possa ser diagnosticada;
4. O benefício da detecção e do
tratamento precoce com o rastreamento deve ser maior do que se a condição fosse
tratada no momento habitual de diagnóstico;
5. Os exames que detectam a condição
clínica no estágio assintomático devem estar disponíveis, aceitáveis e
confiáveis;
6. O custo do rastreamento e
tratamento de uma condição clínica deve ser razoável e compatível com o
orçamento destinado ao sistema de saúde como um todo;
7. O rastreamento deve ser um
processo contínuo e sistemático.
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