Síndrome coronariana aguda (SCA)
Definição
de SCA e suas subdivisões
A SCA é definida como angina de peito
ou desconforto isquêmico equivalente pelo menos com uma de três manifestações:
1)
Ocorre
em repouso e geralmente persiste por mais de 10 minutos;
2)
É
intensa e tem início recente; (ultimas 4 a 6 semanas);
3)
Possuí
um padrão progressivo (é nitidamente mais grave, prolongada e frequente que
antes).
A SCA pode se apresentar em duas
formas distintas:
1)
SCA
sem supra de ST visto no ECG
a)
AI
b)
IAM
sem supra de ST (IAMSSST)
2)
SCA
com supra de ST visto no ECG
a)
IAM
com supra de ST (IAMCSST)
Etiologia
Fisiopatologia
A AI/IAMSSST é mais comumente causada
por redução da oferta ou aumento da demanda miocárdica de oxigênio, superpostos
a uma placa coronariana aterosclerótica com graus variados de obstrução.
Identificaram-se quatro processos fisiopatológicos que podem contribuir para
AI/IAMSSST: 1) ruptura ou erosão de placa com trombo não oclusivo associado, 2)
obstrução dinâmica (ex. espasmo coronariano), 3) obstrução mecânica progressiva
(ex. aterosclerose coronariana rapidamente progressiva ou reestenose pós ICP) e
4) AI secundária por aumento da demanda e/ou redução da oferta de oxigênio (ex.
taquicardia, anemia).
Apresentação clínica:
Anamnese:
dor torácica
geralmente localizada na região subesternal ou às vezes no epigástrio,
irradiando-se para o pescoço, ombro e braço esquerdos. Os pacientes podem ainda
ter equivalentes anginosos como dispnéia e desconforto epigástrico, os quais
parecem ocorrer mais frequentemente em mulheres.
É necessário verificar se a dor
persiste por mais de 10 minutos, teve início recente a apresenta piora
progressiva. Verificar a presença de fatores de risco é de essencial
importância.
Exame
físico: os achados do
exame físico são semelhantes aos detectados nos pacientes com angina estável,
podendo ser inespecíficos. Se o paciente tiver uma área extensa de isquemia
miocárdica ou IAMSSST grande ou IAMCSST, os achados no exame físico poderão
incluir: sudorese, pele fria e pálida, taquicardia sinusal, terceira e/ou
quarta bulhas, estertores basais e hipotensão.
·
B3:
ocorre pela vibração do sangue em uma fase de enchimento rápido em uma parede
ventricular dilatada ou hipertrofia excêntrica. A hipertrofia excêntrica pode
ter como causa IAM.
·
B4:
ocorre pela vibração do sangue durante a contração atrial em um ventrículo
pouco complacente geralmente devido a uma hipertrofia concêntrica.
Fatores prognósticos de gravidade
detectáveis no exame físico:
Eletrocardiograma:
Marcadores de necrose miocárdica (MNM)
·
Troponina: é o marcador mais sensível e
específico para a detecção de necrose miocárdica, constituindo-se na primeira
escolha para diagnóstico definitivo de necrose miocárdica. Eleva-se após 6 a 12
horas do início dos sintomas. Não há diferença na acuidade entre os dois tipos
disponíveis, troponina T e I, devendo a dosagem ser do tipo quantitativa.
Para diagnóstico de IAM, uma medida
acima do valor normal é suficiente (curva enzimática desnecessária). Quando
dosada a troponina, a dosagem de outros marcadores enzimáticos torna-se
desnecessária. Deve ser dosada na admissão e após 9-12 h
do início dos sintomas.
·
CK MB: se a troponina estiver indisponível, a
CK-MB massa pode ser utilizada como alternativa. Se a CK-MB massa ou a
troponina não estiverem disponíveis, a CK-MB atividade em associação com CK
total pode ser utilizada. A CK-MB deve ser dosada na admissão e após 6
a 9 h do início dos sintomas. Se a suspeita de IAM for alta e os primeiros
exames confirmaram o diagnóstico, colher nova amostra após 12h do início dos
sintomas.
·
CK total: Pode ser utilizada para determinar a
relação entre os níveis de CK total e CKMB, para diferenciar lesão muscular de
lesão miocárdica. CK-MB aumentada e acima de 5 a 20% do valor da CK total sugere IAM.
Diagnóstico diferencial
a)
Dissecção
aguda de aorta: ocorre quando o
sangue penetra na parede da artéria a partir da camada íntima do vaso, criando
um falso trajeto, como ilustra a figura abaixo. Este trajeto tem uma extensão variável
de sua circunferência e ao longo da artéria.
Para diferenciar de SCA: diferença acentuada de pulsos
arteriais ou da pressão sanguínea de um lado em relação ao outro e sugestiva de
dissecção. Pode haver manifestações neurológicas com síncope, a qual
frequentemente se associa com tamponamento cardíaco e sinais focais.
b)
Tromboembolismo
pulmonar: obstrução da artéria pulmonar por trombo originado na própria artéria
ou seus ramos e/ou embolo proveniente de um trombo localizado em outro local
principalmente trombos de veia profunda.
c)
Pneumotórax
hipertensivo: caracteriza-se pela
entrada progressiva de ar na cavidade pleural, por um sistema de válvula
unidirecional, que permite que o ar entre mas não possa sair, proveniente do
parênquima pulmonar (válvula interna) ou do meio ambiente (válvula externa)
produto de uma lesão na parede torácica.
ESQUEMA ABORDAGEM DE PACIENTE COM SUSPEITA DE IAM - UNIFENAS-BH
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